A abundância de patos e da agricultura baseada no arroz podem ser fatores do desenvolvimento da gripe aviária, revelou um estudo publicado hoje pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences". O isolamento de ambos os fatores poderia impedir futuros brotos da gripe, que causou a morte de pelo menos 236 pessoas desde que surgiu em 2003, indicaram cientistas da Universidade de Bruxelas (Bélgica) no estudo.
Para impedir a propagação do vírus H5N1, causador da doença, as autoridades sanitárias do sudeste asiático se viram obrigadas a sacrificar cerca de 140 milhões de aves. Os cientistas determinaram a importância dos patos ao examinar dados de focos epidêmicos registrados em 2004 e 2005.
A análise foi baseada na abundância dos gansos, a população humana, o número de galinhas, e a elevação e a intensidade da agricultura de arroz. O estudo determinou que os patos e os arrozais poderiam ser os principais meios de estipular onde poderia ser registrado um foco.
Os pesquisadores explicaram que, em geral, as galinhas não são um "fator importante" na presença de H5N1, particularmente no Vietnã e Tailândia. O vírus "é tão patogênico que mata as galinhas antes que elas possam propagá-lo", afirmou Marius Gilbert, que participou da pesquisa.
Os cientistas explicaram ainda que os arrozais são um habitat propício para os patos e outras aves que se nutrem desses alimentos. "(Os arrozais) constituem um fator crítico de risco na introdução, persistência e propagação da gripe aviária", manifestaram os cientistas em seu relatório.
(Efe, G1, 24/03/2008)