A lei de energias renováveis promulgada na semana passada pela presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi recebida com satisfação moderada pelos ecologistas de Chile Sustentável. Com a lei, até 2010 5% da eletricidade do país deve ser produzida por energias limpas e nacionais.
Cifras que devem subir para que em 2015 se aumente 0,5% a cada ano, para chegar a significar pelo menos 10 % da energia elétrica no ano 2024. Será fomentada a construção de pequenas centrais hidrelétricas, além de projetos que aproveitem a energia eólica, solar, geotérmica, dos mares ou a da biomassa. Dita lei foi votada no Congresso em 5 de março.
A diretora de Chile Sustentável, Sara Larraín, disse que "esse novo instrumento legal, que enfrentou mais de um ano de tramitação parlamentar, significa um avanço porque é o primeiro que encaminha o nosso país para uma matriz elétrica mais limpa autônoma e que ajuda a corrigir a atual insegurança e dependência, mas por isso mesmo é um avanço moderado e insuficiente, pois ainda falta muito para conseguir esses objetivos na política energética".
A lei mantém o centro do desenvolvimento elétrico baseado em critérios de mercado e de negócio energético, "que são os vícios estruturais que motivaram a atual crise de abastecimento que enfrenta nosso país", acrescentou Sara. A diretora disse, no entanto, que a nova lei orienta claramente o Estado sobre o sector elétrico.
Atualmente, o Chile enfrenta uma grave crise energética, pois 60% da energia elétrica do país provêm de centrais hidrelétricas, enquanto o restante vinha do gás natural, importado unicamente da Argentina. Mas, esse envio sofreu uma forte restrição e agora os chilenos precisam ampliar a matriz energética do país.
(Adital, 24/03/2008)