Novas audiências públicas serão realizadas a partir de hoje (25), a fim de discutir o licenciamento ambiental para implantação da Usina Nuclear Angra 3, no sul do estado. Nas audiências serão apresentados o estudo e o relatório de impacto ambiental de Angra 3, para discussão com a sociedade civil.
A primeira audiência está prevista para as 18h no Iate Clube Aquidabã, na Praia do Anil, em Angra dos Reis, município onde será instalada a usina. Outras duas serão realizadas nos municípios limítrofes de Paraty, na quarta-feira (26), e de Rio Claro, na quinta-feira (27). Por decisão judicial, a pedido do Ministério Público, foram anuladas as audiências já realizadas nessas cidades, em junho do ano passado.
A última audiência está prevista para sexta-feira (28), no município paulista de Ubatuba, a pedido do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Consema).
Para Leonam Guimarães, assessor da presidência da Eletronuclear, estatal responsável pela usina, a licença prévia que permitirá o início das obras de Angra 3 deverá ser liberada no prazo de dois meses. “Na prática, o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] já tinha feito todos os procedimentos para concluir a primeira etapa do licenciamento ambiental, que é a licença prévia. Como houve a intervenção judicial, isso vai ser refeito e a expectativa é de concessão da licença até dois meses após as audiências", disse.
Na manhã de ontem (24), ativistas da organização não-governamental Greenpeace promoveram uma manifestação diante da sede da Eletrobrás, estatal que controla a Eletronuclear, para criticar os investimentos em energia nuclear no Brasil. Eles entregaram à empresa um estudo segundo o qual Angra 3 custará R$ 4 bilhões a mais do que o divulgado inicialmente pelo governo federal – R$ 7,2 bilhões.
Este custo extra, segundo o Greenpeace, seria referente a gastos já feitos com a usina desde 1984 (R$ 1,5 bilhão) e aos juros sobre o dinheiro gasto na obra (R$ 2,4 bilhões).
Guimarães informou que não há gasto “oculto”, já que os juros não podem ser confundidos com o investimento inicial. E que ainda não foi decidido se o gasto de R$ 1,5 bilhão será repassado ao consumidor nas tarifas e nem como será feito esse repasse.
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Agência Brasil, 24/03/2008)