A Stora Enso Oyi, maior fabricante mundial de papel, previu queda no lucro operacional do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. A queda deve ocorrer diante de excesso de oferta que pressiona para baixo os preços da matéria-prima de jornais e livros.
"Isto não parece bom. Este é o quarto aviso de redução de lucros desde outubro e a situação não está melhorando", afirmou Claes Rasmuson, analista do Swedbank em Estocolmo. As ações da Stora Enso inicialmente caíram 8 por cento após o anúncio, mas ao longo do pregão reduziu perdas para 2,31 por cento. As ações da rival UPM-Kymmene subiam 0,2 por cento. No Brasil, a Stora Enso é sócia da Aracruz na empresa Veracel Celulose, da qual cada uma controla 50 por cento.
A Stora informou que espera agora que seu lucro operacional no primeiro trimestre, excluindo itens não recorrentes e ajustes contábeis, fique estável em relação ao trimestre anterior e caia ligeiramente em relação ao mesmo período do ano passado graças aos resultados fracos de sua unidade de produtos de madeira. No período entre outubro e dezembro, o lucro da companhia foi de 144,1 milhões de euros (cerca de 226,5 milhões de dólares), comparados aos 294,9 milhões de dólares entre janeiro e março de 2007.
"Não parece que a situação vá melhorar no curto prazo. Penso que devemos ver mais empresas rebaixando a estimativa de lucros por conta disso", adicionou Rasmuson. A Stora informou que as conversas anuais com clientes sobre os preços de papel para jornais e livros estão quase finalizadas e que os valores podem chegar a um declínio médio de entre 3 e 4 por cento em moeda local.
PRESSÃO NOS PREÇOS
Os fabricantes de papel tentam absorver as quedas de preços com o corte de capacidade produtiva, na medida que a demanda cresce mais lentamente e os custos se mantêm elevados. Mais recentemente, o euro forte trouxe competição de outros países, ajudando a restringir os picos de preço. Analistas afirmam que o dólar precisa se estabilizar antes que a situação melhore. "Só depois de alguma estabilização poderemos ver alguns impactos positivos dessas medidas", afirmou Rasmuson.
(Reuters, Globo, 20/03/2008)