Com nível baixo algumas espécies encontram dificuldades para se manter vivas
Peixes apareceram mortos nesta semana em um trecho do Arroio Ferrabraz, próximo à Escola Martin Rafski, em Araricá. Por causa da estiagem, o nível da água está bastante baixo e espécies como cará, lambari, jundiá e joaninha encontram dificuldades para se manter vivas. Peixes podem ser vistos com facilidade na
superfície da água tentando respirar.
De acordo com o eletricista Marco André Schmidt, que é voluntário do projeto Monalisa – desenvolvido por meio de parceria entre Unisinos e Comitê de Preservação, Gerenciamento e Pesquisa da Bacia do Rio dos Sinos (Comitesinos) – não é comum peixes morrerem no local. “Esse arroio já ficou quase seco e nunca
morreu peixe aqui’’, afirma. Schmidt acredita que o fato pode estar ligado à poluição. O locatário de um posto de combustível situado próximo de onde os peixes foram encontrados mortos, penalizado com a situação, ligou um cano de um poço artesiano até o Ferrabraz. “É triste ver os peixinhos morrendo’’, comove-se Normélio Panizzon.
O prefeito de Araricá, Flávio Luis Foss (PP), atribui a morte dos peixes à estiagem. “É normal no final de março e início de Peixes morrem em trecho de um arroio de Araricá abril escassear a água ali. Tem anos em que a água chega a parar de correr’’, garante. Segundo Foss, a estiagem é agravada pela erosão da mata nativa. “Das seis edificações que temos ali perto, cinco estão irregulares em área de preservação permanente. Como o terreno é arenoso, isso foi assoreando o arroio’’, diz.
A possibilidade de que a poluição fosse um dos motivos da morte dos peixes é descartada pelo prefeito. Conforme ele, 40% do esgoto cloacal do município é tratado por sete estações. Além disso, medidas estão sendo adotadas para a recuperação do Ferrabraz. “Estamos recompondo a mata nativa. Já plantamos 2 mil mudas, e ainda vamos repor mais 3 mil. Infelizmente, demora até que a mata se crie’’, encerra.
(Por Thiago Buzatto, Jornal NH, 22/03/2008)