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dengue
2008-03-23

Cento e vinte e quatro cidades do Paraná têm índices de infestação de focos do mosquito da dengue que apontam risco de uma epidemia da doença. É o que mostra o último relatório do Programa Estadual de Controle da Dengue, emitido no dia 10 pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Os números referem-se aos primeiros dois meses de 2008. O dado mais preocupante do levantamento é que 98,5% dos criadouros do Aedes aegypti (mosquito transmissor) encontrados por agentes de saúde este ano estão dentro de residências.

Nem todos os municípios paranaenses fornecem informações à Sesa sobre o índice de infestação de focos da dengue. Números de 289 (72,43%) das 399 cidades do Paraná dão conta que a população de 9,77% (39) delas sofre alto risco de contrair dengue e a população de 21,3% (85) corre risco médio. “Até médio risco já tem chances de uma epidemia. Os números são menores que 2007, mas mesmo assim são altos”, explicou o membro da equipe de coordenação Programa Estadual de Controle da Dengue, Ronaldo Trevisan.

A principal preocupação, afirmou Trevisan, é onde estão os criadouros do mosquito. O relatório da Sesa mostra que a maior parte são recipientes plásticos (43,74% do total) jogados pelo quintal, como garrafas e latas. Depósitos móveis, como vasos de plantas ou bebedouros de animais, representam 18,87% dos criadouros, seguidos por pneus e outros materiais rodantes (16,15%). Tonéis, bacias e cisternas representam 12,75% do problema. Ainda dentro de residências foram encontrados criadouros em caixas d’água (1,93%), calhas, lajes, ralos, vasos sanitários com pouco uso (5,07%).

A contaminação da dengue acontece somente por meio do mosquito fêmea. Ele passa o vírus quando pica alguém doente e depois outra pessoa saudável. O Aedes aegypti se cria na água. A fêmea coloca os ovos em água limpa, que se transformam em larva e depois vira um adulto alado. “O mosquito começa o ciclo de vida na água. Ele procura água limpa parada par pôr seus ovos. Ele é bastante exigente e não vai para água poluída, com sabão ou gordura, por exemplo”, explicou a coordenadora do Programa de Combate à Dengue da Secretaria de Saúde de Curitiba, Márcia Saad.

Justamente por preferir água limpa que é preciso cuidar da água da chuva em recipientes que fiquem do lado de fora casa, caixas d’água mal fechadas e calhas. A água acumulada dentro de casa, como vasos sanitários que são pouco usados, também representam risco. “É preciso esfregar os pratos de vasos para tirar possíveis ovos e colocar areia. Garrafas, quando guardadas, devem estar sempre tampadas ou de boca para baixo. Os ralos devem ser limpos com água sanitária uma vez por semana. Deve-se dar descargas nos sanitários todos os dias”, exemplificou Márcia.

Casos estão sendo controlados na capital
A capital paranaense está com os casos de dengue controlado. “Aqui só temos casos importados. Mas temos a presença do mosquito em alguns bairros. Este ano encontramos 20 focos do mosquito (nos bairros Atuba, Boqueirão, Capão Raso, CIC, Fany, Jardim Botânico, Lindóia, Prado Velho e Rebouças)”, afirmou Márcia Saad. “O índice de infestação está baixo, mas temos que tomar cuidado para que não aumente”, completou. Os baixos índices de infestação de criadouros da dengue em Curitiba se devem em boa parte ao trabalho dos agentes de saúde.

“Aqui não temos árvores, só vasos de flores. Os agentes nos orientaram para pôr areia nos pratinhos das plantas e limpar os ralo e vasos sanitários com água sanitária”, contou a aposentada Glaci Graboski, que já recebeu a visita dos agentes duas vezes. A maior preocupação da aposentada é um posto de gasolina abandonado há seis anos em frente à sua casa. “Às vezes eu vou olhar lá. Agora eles mantêm limpo. Mas aí sempre teve água empossada”, contou. O local está coberto com tapumes, mas há poços abertos no solo cheios de água parada.
 
Algumas pessoas tomam os cuidados para evitar a proliferação do mosquito mesmo sem orientação prévia. “Os agentes nunca vieram aqui. Mas meus vasos de flores não têm pratos. E os que têm estão cobertos”, contou a pensionista Rosalina Palhares. “Se todo mundo colaborar o mosquito acaba”, afirmou ao comentar a epidemia de dengue que o estado do Rio de Janeiro está sofrendo atualmente.

Outras pessoas, porém, ainda mostram um pouco de resistência para mudar. Mesmo alertada por agentes de saúde, Deusete Gomes, que mora no Pilarzinho, mantém um vaso sanitário para plantar flores no seu quintal, ao invés de jogá-lo fora. Um problema maior em sua residência é a sua caixa d’água sem cobertura.

Números alarmantes ainda assustam cidades do interior
As regiões de Cianorte, Maringá e Londrina são as que têm mais incidência de notificação da doença e também que apresentam maior número de criadouros. Entre as cidades, Prado Ferreira, Jataizinho e Jaguapitã (norte do Estado), Cidade Gaúcha e Presidente Castelo Branco (noroeste do Estado) foram as que mais registraram casos de dengue para cada 100 mil habitantes.

Segundo Trevisan, o número de casos está ligado a quantidade de criadouros. Em Maringá, a Prefeitura fez um levantamento entre os últimos dias 10 a 14 que resultou em números alarmantes. O índice médio do município é de 2,2% de infestação. Isto é, a cada 100 casas 2,2 tinham criadouros da doença. Foram verificadas 16 áreas da cidade e em 14 foram encontradas larvas do mosquito. Em alguns bairros o índice de infestação chegou a 5,2%.

O secretário de Saúde de Maringá, Luiz Carlos Nardi, afirmou que houve um crescimento no número de criadouros e isso indica que é preciso uma mudança de atitude da população. “Não se deve às chuvas das últimas semanas, mas à falta de acompanhamento das pessoas”, ressaltou. O município começou ações contra o crescimento dos focos.

(Por Andréa Bordinhão, Paraná Online, 23/03/2008)


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