O descarte indevido de óleo de cozinha em bueiros é um dos fatores que agravam os alagamentos nas grandes cidades em dias de chuvas fortes. O resíduo lançado na rede de esgoto cria uma crosta de gordura que acaba entupindo o fluxo da corrente hídrica. Além disso, cria uma película sobre a água, que fica impedida de receber oxigênio.
Quando lançado no solo, o óleo que vai para os lixões ou se acumula nas margens dos rios impede a infiltração da água, favorecendo as enchentes. Engenheiro químico do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Eduardo Fleck aponta que o encarecimento do tratamento de água em Porto Alegre impulsionou a criação do Projeto de Reciclagem de Óleo de Fritura. Em nove meses de funcionamento, foram recolhidos mais de 12 mil litros do resíduo, em 41 postos de recolhimento. Para isso, o DMLU firmou convênios com quatro empresas, as quais realizam a coleta.
Para Fleck, a ação teve efeitos multiplicadores, pois muitos condomínios e estabelecimentos comerciais da Capital já aderiram à medida. Cada residência da Capital produz uma média de 700 ml a 1 litro ao mês. A Corsan estuda um projeto semelhante para o Estado. Segundo o superintendente de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da estatal, Carlos Alvin Heine, a idéia é criar facilitadores ambientais para incentivo à reciclagem de óleo de cozinha no RS.
(CP, 22/03/2008)