Apesar de haver ocorrências em todas as cinco regiões do Rio Grande do Sul, a ferrugem asiática tem prejudicado menos as lavouras gaúchas de soja neste ano. O Consórcio Anti-ferrugem registrou 130 casos nesta safra, enquanto já havia 405 no Estado nesta mesma data de 2007. 'Agora, o cenário é bem diferente do ano passado, quando a ocorrência foi generalizada e o grau de severidade foi mais alto', afirma Leila Costamilan, pesquisadora da Embrapa Trigo.
Em todo o Brasil, já são 2.056 registros, e um dos estados mais afetados é o Mato Grosso do Sul, onde a quebra de safra pode chegar a 1,5 milhão de toneladas, em função da doença e do excesso de chuva. No Rio Grande do Sul, o número de casos tem aumentado nos últimos dois meses. Conforme Leila, isso é normal. 'Aqui, há um número maior de ocorrências em fevereiro e março do que em janeiro.' Além disso, nos últimos dias, tem chovido mais em algumas regiões, criando condições favoráveis à ferrugem.
Leila explicou que outro fator que propicia o surgimento da doença é o fato de haver pouco resíduo dos produtos que foram aplicados preventivamente, já que o prazo de validade da cobertura, em muitos casos, está terminando. As condições propícias e a falta de proteção fazem com que o fungo se alastre na lavoura, que está, em grande parte, em um dos estágios mais vulneráveis: o de enchimento de grãos. Com todos esses fatores, se chover e a planta não estiver coberta por fungicida, as chances de desenvolver a doença são grandes.
A orientação da pesquisadora aos produtores gaúchos, especialmente aos que plantaram no tarde cultivares de ciclos mais longos, é que observem se o fungicida ainda está ativo no campo. Caso contrário, é necessário fazer a reaplicação do agroquímico.
(CP, 23/03/2008)