A comunidade de São Borja segue frustrada com a falta de chuva para amenizar a estiagem que se prolonga desde o final de dezembro. Nesta semana, o Corpo de Bombeiros começou a levar água, com caminhões-pipa, à área rural, usando tanque de 7 mil litros para repor poços de balde. A situação acontece em Rincão da Cria, a 10 quilômetros da cidade, em Mato Grande, a 20 km, e em Rincão de Santana, a 50 km da sede do município. O quadro é mais grave porque a água serve para uso doméstico e para a criação, mas não para consumo humano. A prefeitura faz o mesmo trabalho, desde janeiro, usando seu caminhão-pipa, com capacidade para 7,5 mil litros, e contando com auxílio do Exército.
Em Erechim, a queda no volume de chuvas no primeiro trimestre e as altas temperaturas reduziram o nível das águas da barragem da Corsan nos últimos dias. Ontem, o nível estava 1,30 metro abaixo do normal, deixando à vista tocos de árvores que costumam ficar encobertos pelas águas. Segundo o gerente da Corsan em Erechim, Flávio Perin, o nível vem caindo, em média, 7 centímetros por dia. Além dos rios Ligeirinho e Leãozinho, que abastecem a bacia em condições normais, foram acionados o rio do Campo, que só opera em caso de emergência, e três poços artesianos, que contribuem com 7% da produção total de água na cidade. Conforme a Cotrel, em 2007, de janeiro até 20 de março, choveu 531 milímetros, enquanto no mesmo período deste ano, apenas 318 milímetros (40% a menos).
O lago da hidrelétrica de Itá, ontem à tarde, estava com 25,14% de água e o da usina de Machadinho, com 20,95%. Em Bagé, a barragem da Sanga Rasa está 6,20 metros abaixo do normal e do Piray, 2,75 metros. Na emergencial, o nível está meio metro abaixo do normal. A diretora do Departamento de Água e Esgotos da cidade, Estefania Damboriarena, avaliou o sistema de abastecimento e descarta racionamento. Ela afirmou que pretende monitorar o volume das barragens e o consumo da população. Neste mês, choveu 52 milímetros na região.
(CP, 21/03/2008)