No Dia Mundial da Água, a Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas declarou que 2008 é o Ano Internacional do Saneamento, o principal problema do mundo. Segundo o jornal paraguaio Última Hora, no país vizinho a água que se usa para banhar um bebê tem sido a mesma para lavar roupa, limpar a cozinha e tomar o tereré (bebida típica). A diferença de outro lugares do planeta é que o Paraguai dispõe de grande quantidade de água, mas não há qualidade no produto.
Elena Benitez, diretora geral de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente, diz que é preciso cuidar da água. Um dado é considerado preocupante. “A situação da água no Paraguai é porque todas nossas fontes estão alteradas e contaminadas, com maior e menor gravidade, mas a principal preocupação são as nascentes porque são elas que produzem a água que vem do subterrâneo e o mais importante é cuidar das áreas alagadas já que são os produtores da biodiversidade”.
”Estas áreas são o sistema de saneamento natural que encarregam normalmente de facer a purificação natural e o tratamento mais adequado porque ao invés de serem conservados estão secando, drenando e estão contaminados com a produção química”, disse ela.
Risco
A Alter Vida, uma organização ambientalista, faz uma reflexão sobre o Dia Mundial da Água e aborda a construção de um megaporto da empresa Cargill no Paraguai. Ele será construído em um braço do Rio Paraguai, a 500 metros da Empresa de Serviços Sanitários do Paraguai (ESSAP), que abastece a maioria da população de Assunção e os municípios da área metropolitana.
A instalação portuária vai acelerar o tráfego fluvial “isso pode resultar em liberação de produtos que contaminam o rio de forma natural e antropogenica. A presença de uma alta circulação de barcaças e navios cargueiros pode causar o despejo de descargas de hidrocarbonos, agroquimicos e outros contaminantes na água do rio”.
Questionado sobre a rapidez e a pouca transparência sobre o assunto, considerado tão delicado, por parte das autoridades responsáveis por zelar pela qualidade da água consumida e pela saúde da população, ele alerta sobre os possíveis problemas que possam ocorrer. Exigem a interrupção da obra para evitar o que considera um atentado contra os Direitos Humano.
Números
São 1,8 milhão de crianças mortas anualmente pela contaminação recorrente a falta de acesso ao consumo de água tratada. O índice da população mundial que ainda não tem água potável é de 20%, segundo dados de 2007. Pelo menos 2,6 milhões de pessoas precisam do serviço de saneamento básico. Outras 3 milhões de crianças, em sua maioria, morrem devido à doenças diretamente causadas pela ingestão de água não potável.
Em Assunção são 196.499 conexões de água potável em Assunção e Área Metropolitana. No interior há apenas 64.357 destas conexões. A população do país que conta com o serviço de água potável é de 1,3 milhão. (Por Brigitte Colmán)
(Por Jacqueline Lopes, com Capitan Bado, Midiamax, 22/03/2008)