Fiscais do Ibama em Santa Catarina atuam na Região Sul do país atentos ao transporte e comercialização das madeiras da Amazônia. Eles prosseguem com a Operação Olho Vivo que integra a campanha nacional “Guardiões da Amazônia” desencadeada neste ano pelo Ibama em defesa das florestas. A Guardiões da Amazônia vai vistoriar, ao longo do ano, estados onde ocorre a extração ilegal de madeiras, as rotas do tráfico e os centros consumidores.Em uma semana, eles vistoriaram seis empresas nas regiões de Itajaí, Central e Oeste do estado.
Uma inspeção no Porto de Itajaí resultou na autuação de uma empresa exportadora com registro em Machadinho D’Oeste, Rondônia. Nos armazéns do porto, os agentes encontraram 85 metros cúbicos (44 de jatobá serrado e 41 de cumaru serrado) prontos para serem embarcados sem licença ambiental. A empresa foi multada em R$ 17 mil. O jatobá e o cumaru são espécies amazônicas empregadas na construção civil em vigas, caibros, ripas, acabamentos internos (marcos de portas, tacos e tábuas para assoalhos), cabos de ferramentas, peças torneadas, esquadrias e móveis.
Também foram vistoriados containers de produtos madeireiros já lacrados para embarque com destino à França (tauari serrada), e Estados Unidos (ipê roxo serrada e amescla laminada). O tauari e a amescla são espécies amazônicas utilizados na construção civil na confecção de painéis compensados, embalagens, peças encurvadas e torneadas, móveis de uso geral e partes interiores (caixilhos, esquadrias, forros, rodapés, lambris e similares). Não foram encontradas irregularidades.
Na região Central, uma inspeção do Escritório de Rio do Sul constatou um grande volume de madeiras oriundas da Amazônia depositados no pátio de uma madeireira. O saldo da empresa no Sistema Documento de Origem Florestal (DOF) era insuficiente para acobertar as madeiras. A equipe coordenadora dos trabalhos faz auditoria na empresa a fim de definir de quanto será a multa.
O Escritório Regional de Chapecó coordenou fiscalização de uma empresa em cujo pátio estavam estocados 845 metros cúbicos de madeiras da Amazônia vindos de Tailândia, Pará, município alvo da operação integrada Ibama e Polícia Federal Arco de Fogo. A medição verificou que a madeira estava legal. Porém, a empresa foi autuada em R$ 4 mil por ter em depósito 8,13 metros cúbicos de araucária, espécie da Mata Atlântica Catarinense, sem origem comprovada.
O chefe da Divisão de Fiscalização de Santa Catarina, Bruno Barbosa, diz que as fiscalizações vão continuar. Ele alerta a população para que, iguais aos fiscais, esteja atenta à origem dos produtos que compram. “É preciso que a sociedade também fiscalize e faça a sua parte na luta contra o desmatamento da Amazônia”.
(Ibama, Ambiente Brasil, 22/03/2008)