O número de mortes por dengue no Rio pode aumentar, caso o HemoRio (Istituto Estadual de Hematologia) não consiga superar em quase 50% o número de doadores de sangue. Na segunda-feira passada (17/03), a diretora do instituto, Clarice Lobo, viu chegar a 50 o número de bolsas de plaquetas, quantidade suficiente para suprir apenas cinco ou seis pacientes adultos.
"O estoque ficou muito, muito, muito baixo. Não deixamos de atender, mas ficamos bastante preocupados. Se tivéssemos sete pessoas precisando de plaquetas, nosso estoque não seria suficiente", afirmou Clarice. No Estado do Rio, foram confirmados 48 óbitos pela doença, dos quais 20 pelo tipo hemorrágico da doença.
As plaquetas são responsáveis por conter os sangramentos, comuns na forma hemorrágica da dengue. Normalmente, uma pessoa tem entre 150 mil e 400 mil plaquetas por mm de sangue. Mas a doença provoca queda brusca desse número e a transfusão de plaquetas pode ser a única solução.
Diariamente, o HemoRio recebe cerca de 400 pacientes por dia e esse número precisa subir para pelo menos 600 pessoas. Até quinta-feira, foram confirmados no Estado 35.901, dos quais 23.555 na capital. "Não caiu o número de doadores, mas a demanda de plaquetas subiu entre 30% e 50%", afirmou Clarice. A partir da semana que vem, um ônibus vai rodar a cidade para chegar mais perto dos doadores.
Na sexta-feira (21), um bebê morreu com suspeita de dengue no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. O boletim médico indica que a causa da morte de Ana Clara Gonçalves, de apenas 7 meses, foi dengue, segundo a diretoria do hospital, mas o caso ainda não foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde. Das 48 mortes confirmadas, 24 são de crianças menores de 12 anos.
(Estadão Online, Ambiente Brasil, 22/03/2008)