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comércio ilegal de animais
2008-03-24

O diretor do zoológico de Berlim, na Alemanha, que ajudou a transformar o filhote de urso polar Knut em celebridade internacional, está sendo pressionado a deixar o cargo depois que um político do Partido Verde apresentou uma queixa-crime contra ele por suposta venda ilegal de animais para sacrifício, de acordo com o site da revista alemã Spiegel. Bernhard Blaszkiewitz nega a acusação com veemência.

As principais alegações contidas na queixa de Claudia Hämmerling, membro da Assembléia de Berlim e especialista em direitos dos animais, são de que mais animais do que o necessário são criados no zoológico Tierpark Berlin com a certeza de que os excedentes terão que ser vendidos para sacrifício, diz a revista.

Entre os exemplos citados, segundo a Spiegel Online, estão um hipopótamo-pigmeu e uma família de ursos negros asiáticos que, supostamente, foram vendidos em duas ocasiões diferentes em meados dos anos 90. "Hämmerling também alega que o zoológico criou um (filhote) 'bastardo' mestiço de uma pantera e um leopardo de Java, e que tigres e jaguares foram vendidos para a China, onde supostamente acabaram sendo usados em remédios para curar impotência", disse a publicação.

As alegações teriam sido apoiadas em documentos obtidos com um proeminente ativista alemão pelos direitos dos animais, Frank Albrecht, de acordo com a Spiegel Online. "Os documentos, que foram colocados no website de Hämmerling, aparentemente mostram que o hipopótamo e os ursos todos acabaram na cidade belga de Wortel, perto de Antuérpia, depois que o Tierpark Berlin livrou-se deles", diz o site da revista.

"De acordo com uma carta de um negociante de animais raros, os ursos foram para um zoológico em Wortel, e um trecho de um livro de registro supostamente mostra que os hipopótamos também acabaram em Wortel. Mas outros documentos no website de Hämmerling buscam mostrar que Wortel nunca teve um zoológico, mas na verdade tem um abatedouro."

Diretor nega
O pedido de renúncia de Blaskiewitz foi feito pelo presidente da Liga Alemã de Proteção aos Animais, Wolfgang Apel, caso seja provado que os animais acabaram em um abatedouro, diz o artigo no site noticioso da Alemanha. Mas a acusação é negada categoricamente pelo diretor do zoológico de Berlim em uma entrevista por telefone concedida à Spiegel Online. Blaszkiewitz nega que o zoológico esteja criando um excedente de animais deliberadamente.

"Todos os animais são planejados", disse o diretor, explicando que o zoológico ainda está esperando em vão por filhotes de várias espécies, de acordo com o artigo da publicação alemã. O artigo da Spiegel Online diz: "Blaszkiewitz disse que o hipopótamo-pigmeu mencionado na queixa foi vendido para um negociante alemão de animais exóticos idôneo que ele conhecia há 30 anos, em um acordo completamente transparente. O animal foi então para um zôo em Ghent, na Bélgica, que depois fechou." Os três ursos foram doados a outro negociante idôneo na Alemanha, segundo o diretor do zôo de Berlim, que diz não saber para onde eles foram depois.

Sobre o cruzamente dos felinos, que Blaszkiewitz afirmou serem da mesma espécie, ele disse que teriam ido para a China com a permissão da Agência Federal para a Conservação da Natureza da Alemanha. Blaszkiewitz qualificou as acusações de Hämmerling de ter objetivos políticos, segundo a Spiegel Online. A assessora de imprensa do escritório da promotoria pública de Berlim, Simone Herbeth, confirmou para a Spiegel Online que as queixas de Hämmerling estão sendo verificadas para que se decida se justificam uma investigação mais ampla.

Segundo a publicação, Herbeth afirmou que a venda de animais de zoológico sem razões suficientes é um crime passível de multa ou pena de prisão de até três anos. A própria criação de Knut, por mãos humanas depois que o urso foi rejeitado pela mãe, atraiu críticas de ativistas pelos direitos dos animais em 2007. Desde então o animal cresceu e tornou-se uma das maiores atrações do zôo de Berlim.

(BBC, Ultimo Segundo, 22/03/2008)


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