Investimento em Rio Grande triplica a capacidade do Dique Seco, o que torna a área do Superporto quase sem espaço para novos empreendimentos
Pouco antes de embarcar para Rio Grande, onde inspecionou obras do Dique Seco, o presidente da WTorre, Walter Torre Jr., confirmou ontem a Zero Hora que o investimento no local chegará a R$ 1 bilhão. A informação havia sido antecipada no início da semana pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Com o aumento da atuação do estaleiro para além da construção de navios e plataformas, a geração de empregos no sul do Estado pode chegar a 10 mil vagas. Segundo Torre, além de ter assegurado a triplicação da capacidade do Dique Seco, a área terá duas novas utilizações. A principal é o terceiro dique para construir carcaças padronizadas sobre as quais serão montados equipamentos marítimos - a exemplo do que já está ocorrendo com a P-53 em Rio Grande, em outro empreendimento.
- Para isso, se compra barcos disponíveis no mercado, mas como são diferentes, para cada um é necessário um projeto distinto. Por isso surgiu a idéia de criar um terceiro dique para construir carcaças padronizadas, para criar um barco e repeti-lo várias vezes - detalhou Torre, que hoje participa de evento da Câmara de Comércio Americana (Amcham) em Porto Alegre.
Entusiasmado com a confirmação da ministra Dilma em ZH de que a Petrobras usará mais a infra-estrutura do local, Torre disse ter ficado com um "gostinho doce na boca" e assegura estar preparado para novos projetos:
- Nós estamos buscando o que tem de mais moderno no mundo, sabemos que vão tomar mais medidas, buscar projetos mais arrojados.
Em meados de abril, deve aportar em Rio Grande um dos mais complexos equipamentos do Dique Seco, chamado de "porta batel" - peça flutuante que lacra o dique, isolando o mar do interior da instalação. Como uma balsa, a porta batel tem bombas que esvaziam os tanques.
Na vistoria que fez no canteiro na tarde de ontem, Torre Jr. revelou que 63% da obra está pronta. O ritmo das obras está diferente nos dois cais. O norte, que será usado para o reparo das plataformas, encontra-se adiantado. O sul, voltado para o acabamento das estruturas, deve ter obras iniciadas em breve.
Como a empresa assumiu áreas vizinhas ao espaço inicialmente previsto isso vai permitir acelerar os investimentos, destacou o empresário.
O superintendente do Porto de Rio Grande, Sinésio Cerqueira, revela que a área do Distrito Industrial já está quase esgotada, tamanho o interesse em torno do dique seco.
- Há quatros anos tínhamos 2,5 mil hectares de área disponível, e hoje são apenas 600. E quem ainda quiser que corra pois vai acabar logo - diz.
(Zero Hora, 20/03/2008)