O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Mato Grosso, deputado Dilceu Dal Bosco (DEM), afirmou nesta quarta-feira (19/03), antes da reunião de trabalho entre os madeireiros e o governador Blairo Maggi (PR), que a Operação Arco de Fogo realizada na região Norte de Mato Grosso, pela Policia Federal e a Guarda Nacional, é truculenta e desnecessária.
Para o parlamentar, em vez de a Polícia Federal, a Guarda Nacional e fiscais do Ibama focalizarem a Operação Arco de Fogo nos pontos apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais, eles estão invadindo as madeireiras da região.
“Lá, eles estão lacrando e fiscalizando os pátios. Para levantar estoque de tora ou madeira serrada não precisa de força policial, bastaria um fiscal da Sema e um do IBAMA, na gestão compartilhada de fiscalização, com isso não precisaria do excesso de policiamento.
O parlamentar sugeriu ainda que o governador Blairo Maggi agende, para a próxima semana, audiência com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a bancada federal, o INPE, vereadores, prefeitos e o segmento da base florestal do Norte de Mato Grosso.
“Precisamos mostrar que Mato Grosso não é isso que foi estampado pela mídia, como campeão em desmatamento no país. São informações mentirosas divulgadas pelo INPE”, disse Dal Bosco.
O parlamentar afirmou também que as autoridades mato-grossenses não podem admitir a intervenção federal em Mato Grosso. “É invasão do estado de direito. Temos um pacto federativo. Temos uma lei complementar que garante que a gestão florestal é do Estado. Eles estão passando por cima da lei. Como fica nossa independência e a nossa soberania. Precisamos ser respeitados”, destacou Dal´Bosco.
De acordo com o parlamentar, a operação pode inibir novos investimentos em Mato Grosso e ter reflexos negativos para a economia do Estado. “A intervenção não atinge apenas os madeireiros, mas a sociedade local e em conseqüência a economia mato-grossense”, alertou Dal Bosco.
Ele defendeu ainda a revogação do Decreto Federal 6.321 - que provocou o embargo econômico de áreas desmatadas em 19 municípios da região Norte mato-grossenses. “Não é justo que a sociedade, o Estado e os municípios paguem o preço de não poderem contrair financiamentos, não poder vender sua produção e muito menos negociar sua área, em função desse decreto. Isso não é justo”, destacou Dal Bosco.
(Por Elzis Carvalho, Secretaria de Comunicação Social AL-MT, 19/03/2008)