A expansão da fábrica da Aracruz Celulose em Guaíba terá um novo capítulo em abril. Os três principais acionistas da empresa (Banco Safra, Votorantim e Grupo Lorentzen) se reunirão na sede administrativa, em São Paulo, no próximo mês para discutir a aprovação do projeto. "Todas as etapas do planejamento foram desenvolvidas com a ciência do conselho, por isso não deverá haver problemas para sua aprovação", afirmou Clovis Zimmer, gerente de Qualidade e Meio Ambiente da empresa.
Ele realizou apresentação na Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul na manhã desta quarta-feira para explicar as etapas do processo de ampliação, em audiência presidida pelo deputado Nelson Härter (PMDB). Depois da aprovação por parte dos acionistas, a Aracruz ficará no aguardo da licença de implantação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para iniciar a construção.
Por enquanto, a empresa, que está com a licença provisória, trata de se adequar às determinações do órgão para receber a documentação o quanto antes. A expectativa é de que as autorizações sejam entregues na metade do ano - o que não deve representar entraves. "A Fepam está sendo bastante ágil na questão dos licenciamentos", comenta Zimmer. Ele também elogiou as exigências colocadas pelo órgão estadual, entendendo que trazem parâmetros viáveis para a atividade das empresas do setor.
A expectativa é de que a fábrica esteja em funcionamento em meados de 2010. A capacidade passará das atuais 450 mil toneladas para 1,8 milhão de toneladas/ano. Haverá geração de 12,5 mil empregos temporários e, depois, 5 mil deverão ser fixos. A ampliação envolve também investimentos no sistema de hidroviário. Serão feitos quatro empreendimentos, incluindo um terminal marítimo em São José do Norte. Rio Pardo e Cachoeira do Sul receberão novos terminais fluviais e o terminal da empresa, em Guaíba, será praticamente reconstruído. O total de investimentos próprios e de terceiros ultrapassa os US$ 3 bilhões.
Zimmer reafirmou a intenção da Aracruz de priorizar a contratação de fornecedores locais para trabalhar na ampliação. Uma consultoria local já foi contratada para tratar de etapas prévias do projeto. No total, serão disponibilizados US$ 380 milhões para a contratação de parceiros na região. "Estamos priorizando os fornecedores e a mão-de-obra locais", afirmou.
Ele anunciou que, na nova planta, serão instalados equipamentos dos mais modernos do setor, garantindo mais produtividade e preservação ambiental. Uma nova torre de resfriamento de água, por exemplo, possibilitará a redução dos atuais 4 metros cúbicos por segundo de consumo de água para 1,8 metro cúbico - mesmo com a produção ampliada.
(JC-RS, 20/03/2008)