A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul instalou nesta semana Comissão Especial para tratar do processo de Arenização da Região Sudoeste do Rio Grande do Sul. O trabalho será coordenado pelo deputado Rossano Gonçalves (PDT), proponente da matéria.
A Comissão terá 120 dias para produzir um diagnóstico sobre a atual situação destas áreas e seus efeitos sobre o meio ambiente e apresentar soluções viáveis que envolvam as três esferas de poder, a União, o Estado e os municípios. Os debates, em cidades atingidas pelo fenômeno, terão como objetivo avaliar e estabelecer formas de combate à expansão da arenização, evitando prejuízos ao setor primário do Rio Grande. “Vamos acompanhar de perto, em contato com as comunidades do interior e com a colaboração de especialistas no tema", resumiu o parlamentar.
A definição das audiências públicas no interior do Estado e o cronograma de trabalho serão debatidos em reunião da comissão na próxima semana. São membros da comissão os deputados Rossano Gonçalves (PDT), Fabiano Pereira (PT), Elvino Bohn Gass (PT), Edson Brum (PMDB), Nelson Härter (PMDB), Frederico Antunes (PP), Jerônimo Goergen (PP), Kalil Sehbe (PDT), Luís Augusto Lara (PTB), Nelson Marchezan Júnior (PSDB), Berfran Rosado (PPS) e José Sperotto (DEM).
Desertos na fronteira
Recentes pesquisas revelam que o processo de arenização atinge cerca de 10 municípios (Alegrete, São Francisco de Assis, Maçambará, Rosário do Sul, Manuel Viana e São Borja, entre outros), abrangendo mais de 3 mil hectares. O fenômeno foi identificado na década de 70, tendo sido agravado pela monocultura da soja. Os especialistas alertam que o aquecimento do planeta vai acelerar os processos de degradação, arenização e desertificação dessa área.
(Por Francis Maia, Agência de Notícias AL-RS, 19/03/2008)