A Comissão de Economia e Desenvolvimento, presidida pelo deputado Nelson Härter (PMDB), realizou audiência pública na manhã desta quarta-feira (19/03), no Plenarinho da Assembléia Legislativa, para conhecer o projeto da nova planta da Aracruz Celulose no Rio Grande do Sul. Segundo os gerentes da empresa Otemar Alencastro dos Santos e Clóvis Zimmer, o projeto prevê investimentos de US$ 2,8 bilhões.
Desse total, US$ 2 bilhões serão aplicados na nova fábrica, que será instalada em 2010 ao lado da unidade atual, em Guaíba. Também serão investidos US$ 600 milhões na expansão da base florestal e US$ 200 milhões em infra-estrutura logística.
Na abertura da audiência, o presidente do Legislativo, deputado Alceu Moreira (PMDB), ressaltou a importância da silvicultura para o Estado e disse que o Parlamento tem o dever de ouvir todos os pontos de vista sobre o tema. "O que a Casa não pode fazer é servir de palco para discussões superficiais, sem fundamento técnico. O Parlamento tem que buscar a verdade sobre o assunto", disse. Moreira defendeu a criação de uma política sistêmica permanente para a silvicultura, porque "um investimento desta ordem não é como uma carroça de quitanda, não se pode mudar de opinião a todo momento".
De acordo com o gerente de Qualidade e Meio Ambiente da Aracruz, Clóvis Zimmer, desde a compra da Riocell, em 2003, a Aracruz investiu US$ 700 milhões no Estado. Com a nova fábrica em Guaíba, a empresa estima que o número de postos de trabalho saltará de 2.850 empregos diretos para 4.100 e de 7.100 empregos indiretos para 13.300. A unidade terá sua capacidade de produção elevada de 450 mil toneladas de celulose ao ano para 1,8 milhão de toneladas ao ano e a área de florestas plantadas passará dos atuais 110 mil hectares para 255 mil, incluindo uma área de 90 mil hectares de reserva nativa.
Zimmer disse que, na época, o Rio Grande do Sul foi escolhido para o empreendimento porque a empresa encontrou no Estado "um ambiente sócio-político favorável, uma aceitação social e um projeto de governo de florestamento da Metade Sul". Segundo ele, a execução do projeto depende, no entanto, de contrapartida do Estado.
O gerente de Desenvolvimento Otemar Alencastro dos Santos apontou como necessidades de logística da empresa o asfaltamento da RS-703 e da ligação municipal Guaíba-Barra do Ribeiro, a construção de acesso alternativo da BR-116 à planta industrial da Aracruz em Guaíba, novo trevo de acesso a Guaíba (que está em andamento), ampliação da pista da BR-116 entre o trevo BR-116/BR-290 e Guaíba (já realizado), rotatórias e trevos de acesso nas BRs 116 e 290 e adequação dos Planos de Desenvolvimento Urbano (PDUs) nos municípios envolvidos.
Acompanharam a apresentação os deputados Nelson Härter (PMDB), Edson Brum (PMDB), Gerson Burmann (PDT), Rossano Gonçalves (PDT), Adolfo Brito (PP), Adilson Troca (PSDB), Cassiá Carpes (PTB), Iradir Pietroski (PTB) e Paulo Odone (PPS).
(Por Marinella Peruzzo, Agência de Notícias AL-RS, 19/03/2008)