Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Programa de Pós-graduação em Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/SP)
Ano: 2008
Autor: Leandro Tavares Vieira
Resumo:
O primeiro capítulo foi realizado na Mata Ribeirão Cachoeira, SE Brasil (22º50' S - 46º55' O, 680 m), um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua, caracterizada por um verão úmido e um inverno seco com muitas espécies arbóreas decíduas. Buscamos testar a hipótese de que a vegetação rasteira está em constante estresse devido a esta dupla estacionalidade. De um total de 202 espécies, encontramos diferenças significativas entre as estações, sendo a maioria dos valores dos descritores da comunidade maiores na estação chuvosa. Nossos resultados sugerem que espécies da vegetação rasteira podem perdem suas folhas devido à seca além da existência de um possível “trade-off” entre crescimento em altura e produção de folhas de um lado, e crescimento em diâmetro do caule no outro. Em conclusão, o déficit de água no solo parece ser mais estressante para a vegetação rasteira do que disponibilidade de luz, porém esta diferenciação não é muito marcante segundo DCA. No segundo capítulo, buscamos testar a hipótese de que a flora do estrato herbáceo (espécies herbáceas terrestres) apresenta o mesmo padrão de distribuição que a encontrada para flora arbórea e assim varia em gradientes similares. Utilizamos metadados florísticos, e computamos 947 espécies do estrato herbáceo em 41 locais de Mata Atlântica do sul e sudeste brasileiro, classificados como Floresta Pluvial de Terras Baixas ou Floresta Pluvial ou Estacional Submontana e Montana. Consideramos uma matriz binária de 304 espécies distribuídas em 39 locais, na qual foram realizadas análises de ordenação e de agrupamento. Todas as análises distinguiram três centros florísticos: Floresta Estacional, Floresta Pluvial de Terras Baixas e Floresta Pluvial de Terras Altas (Submontana e Montana juntas), diferentemente do esperado. Isto pode indicar que as espécies do estrato herbáceo são muito especializadas e que elas foram submetidas a processos biogeográficos diferentes daqueles que agiram sobre a flora arbórea.