Ativistas do Greenpeace fizeram um protesto nesta quarta-feira (19) em Brasília contra a exportação de madeira brasileira ilegal para a UE (União Européia). A manifestação aconteceu em frente ao Palácio do Itamaraty, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoçou com José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Européia.
A ação teve participação de apenas seis integrantes do Greenpeace, mas segundo o grupo ambientalista, o objetivo não era fazer grandes aglomerações.
Trata-se de uma ação chamada "foto oportunidade", em que a organização aproveita situações para vincular mensagens de protesto a autoridades. Hoje, eles usaram duas faixas com os dizeres "Chega de Madeira Ilegal e Desmatamento na Amazônia", em inglês e português.
Divulgação
Greenpeace faz protesto no Palácio do Itamaraty, onde Lula almoçou nesta quarta-feira com presidente da Comissão Européia
Greenpeace faz protesto no Palácio do Itamaraty, onde Lula almoçou nesta quarta-feira com presidente da Comissão Européia
A manifestação é uma continuação de uma série de ações do Greenpeace para pressionar a UE a aumentar o rigor sobre a madeira importada do Brasil.
"Queremos alertar os governantes da União Européia que, ao comprarem madeira do Brasil sem garantias de procedência, eles podem estar financiando, em euros, a destruição da Amazônia', afirma Márcio Astrini, da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, em nota.
Ação marítima
Na segunda-feira (17), cinco ativistas do Greenpeace invadiram o navio Galina 3, que tentava atracar na França carregado de madeira vinda do Brasil. Eles ocuparam o cargueiro por mais de 24 horas, até deixarem o local na tarde de ontem.
Com a ação, o grupo queria pressionar a UE a adotar medidas mais rígidas para controlar a entrada de madeira nos países que fazem parte do bloco.
A organização ambientalista afirma que a União Européia tem grande parte da responsabilidade pelo desmatamento no Brasil.
De acordo com estudo divulgado na segunda-feira pelo Greenpeace, 15 países da Europa importam 48% das 1,6 milhão de toneladas de madeira amazônica exportada pelo Brasil em 2007. Os principais destinos foram Holanda (14%), França (13%), Espanha (6%), Portugal (6%) e Bélgica (4%).
Negociação
Ontem, ministra do Meio Ambiente brasileira, Marina Silva, conversou por telefone com o ministro do Meio Ambiente francês, Jean-Louis Borloo, sobre questões de importação de madeira.
Os dois ministros falaram sobre a autorização do comércio da madeira e a perspectiva de que o Brasil adote a norma européia em matéria de certificados e de luta contra o desmatamento.
"Trata-se de lutar contra o desmatamento selvagem das florestas primitivas, que vão contra a biodiversidade e a luta contra a mudança climática", informou o ministério do Meio Ambiente francês, em comunicado.
O ministro afirmou que pretende defender "uma posição ambiciosa" diante de seus parceiros da UE.
(
Folha Online, com informações da agência Efe, 19/03/2008)