Ligações de esgoto na rede pluvial (que recebe a água das chuvas) provocam o mau cheiro que sai pelos bueiros
Acabar com o cheiro de esgoto no Centro de Santa Cruz do Sul pode ser complicado. A constatação é do secretário de Meio Ambiente e Saneamento, Clero Ghisleni. Segundo ele, a dificuldade reside em encontrar os focos responsáveis pelo fedor, já que é necessário escavar o terreno para chegar às tubulações, no caso de edificações já existentes.
Contudo, afirma que existe um trabalho no sentido de evitar que haja novas ligações clandestinas ou malfeitas. O mau cheiro é provocado por conexões de canos de esgoto na rede pluvial (que recebe a água das chuvas pelos bueiros), quando o correto é ligar às tubulações coletoras cloacais, que levam até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Pindorama.
Em casos irregulares, os dejetos que saem dos vasos sanitários ou das pias de cozinha, por exemplo, acabam sendo despejados junto com a água da chuva nas tubulações e depositados em sangas ou no rio diretamente. Antes disso, passam pelo caminho das bocas-de-lobo, liberando os gases de odor desagradável.
Conforme Ghisleni, o Plano Diretor do município prevê a ligação obrigatória dos canos de esgoto no sistema cloacal onde há rede coletora, como é o caso da região central da cidade. “A lei determina, mas não temos como saber se todas as residências e prédios cumprem isso. Fiscalização existe.” A lei federal do saneamento básico, de janeiro de 2007, também frisou a obrigatoriedade das conexões corretas, estabelecendo sanções a quem descumprir a medida.
Hoje a fiscalização no município cabe à Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) e, segundo o gerente regional Paulo Stein, é executada com freqüência, apesar da necessidade de escavação.
(Por Jansle Appel Junior, Gazeta do Sul, 19/03/2008)