A Amazônia já perdeu, só no Brasil, 700 mil quilômetros quadrados da sua cobertura florestal original nos últimos 40. Esse e outros dados sobre desmatamento e produção ilegal de madeira foram divulgados ontem (18) no relatório "Financiando a Destruição", realizado pelo Greenpeace.
O estudo revela também que 8 milhões de árvores brasileiras são retiradas pela indústria madeireira anualmente. Contudo, "mais da metade da floresta suprimida vira serragem e resíduos que acabam sendo queimados, contribuindo com as emissões de gases do efeito estufa". Segundo o documento, o desmatamento é responsável por um quinto dessas emissões no mundo.
Além de números, o Greenpeace também cita no estudo a origem do problema. "São muitos os fatores que levam ao desmatamento na Amazônia, mas na maioria dos casos o processo quase sempre inicia com a exploração ilegal de madeira. Uma rede de estradas ilegais é aberta por madeireiros à procura de madeira de alto valor comercial".
União Européia & desmatamento Em um dos seus itens, o relatório revela a participação da UE (União Européia) no desmatamento. Segundo ele, mais da metade dessa madeira vai para a União Européia: 15 países da Europa importaram 48% das 1,6 milhão de toneladas de madeira amazônica exportada em 2007.
Individualmente, os principais destinos no continente foram Holanda (14%), França (13%), Espanha (6%), Portugal (6%) e Bélgica (4%). "Isso significa que a UE tem uma grande responsabilidade pela contínua degradação e desmatamento da Amazônia."
Solução? Por meio do relatório, o Greenpeace sugere também algumas medidas que devem ser feitas para conter o desmatamento. Uma delas é transformar em lei a medida provisória 2166 que altera o Código Florestal, consolidando a reserva legal em propriedades privadas em 80% para o bioma Amazônia. "Enquanto a legislação que define o que pode ser usado e o que precisa ser preservado for provisória, será difícil ter vitórias definitivas na luta contra o desmatamento".
Veja o documento na íntegra(
Amazonia.org.br, 19/03/2008)