Negociações estão adiantadas para assentar mil famílias de sem-terra
O Incra pretende concluir, até o final de abril, a compra de pelo menos 15 mil hectares de terra para assentar mil famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Estado. A expectativa é do superintendente regional do instituto, Mozar Artur Dietrich, que se reuniu ontem (18/03), na Capital, com a procuradora do Ministério Público Federal (MPF) em Carazinho, Patrícia Muxfeldt.
O assentamento das famílias faz parte do termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado em novembro passado entre o Incra, o MPF, o Ministério Público do RS, o MST, a Ouvidoria-Geral da Segurança Pública do RS e a Ouvidoria Agrária Nacional.
A medida foi tomada para evitar confrontos entre integrantes do movimento e a Brigada Militar diante da possibilidade de invasão da Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul. Ainda conforme o termo, outras 1,5 mil famílias deverão ser assentadas até dezembro. Conforme Dietrich, o Incra dispõe de R$ 80 milhões para a compra de propriedades no RS e as negociações estão adiantadas, mas são mantidas em sigilo. 'Adotamos essa prática porque ocorreram casos de algumas terras que estavam em negociação e os proprietários foram pressionados por ruralistas a desistirem da venda', afirma.
Dietrich acredita que os prazos do TAC serão cumpridos. Segundo ele, quando ocorrer a compra das propriedades, será feita reunião com a coordenação do MST para organizar um cadastro de interessados nas áreas. Conforme o Incra, há 20 acampamentos de sem-terra no Estado e desde 2006 foram retiradas 241 famílias dos acampamentos próximos à Fazenda Coqueiros.
Para Patrícia Muxfeldt, a reunião teve um resultado positivo. 'Ficamos satisfeitos com as propostas apresentadas pelo Incra e as expectativas são boas.'
(Correio do Povo, 19/03/2008)