A Bolsa de Montreal anunciou na sexta-feira que planeja lançar um mercado de futuros para as emissões de dióxido de carbono (CO2) do Canadá até 30 de maio, dependendo de aprovação regulamentar. A bolsa, que dirige o mercado canadense de taxa de juros, índices e derivativos de capitais de investimento, planeja dirigir a Bolsa do Clima de Montreal como uma joint venture da Chicago Climate Exchage (CCX).
Os dois parceiros haviam anunciado os planos de lançamento dos primeiros contratos da bolsa de carbono do Canadá em julho de 2006, e com base em declarações anteriores, esperavam que a já bolsa estivesse em funcionamento atualmente. No início do ano, o governo federal forneceu mais detalhes sobre as regras em relação às emissões.
“O governo do Canadá tem fornecido uma maior segurança regulamentar em relação às metas de redução das emissões baseadas na intensidade e a definição de um padrão único de cumprimento das regras para os créditos negociáveis”, disse o presidente da Bolsa de Montreal, Luc Bertrand, em um pronunciamento.
“Isto permitirá aos emissores prever com maior precisão a exposição e as metas individuais de redução baseadas na intensidade.” A Bolsa, que está para ser incorporada pelo Grupo TSX, proprietário da Bolsa de Valores de Toronto, espera receber a aprovação para os contratos futuros de carbono da agência reguladora dos mercados financeiros de Quebec “em um futuro próximo”.
Na quinta-feira, um executivo do Grupo TSX disse que o tipo de limite nas emissões de carbono determinado pelo governo federal pode vir a reduzir o mercado potencial para negociação dos créditos e deslocar o país em relação às outras nações. Os limites “baseados na intensidade” compreendem uma porcentagem da produção industrial, ou seja, as emissões totais de uma empresa podem aumentar se a produção crescer.
O sistema do governo federal pode ter limitado a compatibilidade com o mercado de carbono em outras jurisdições, disse o co-diretor executivo ínterim do Grupo TSX, Rik Parkhill, durante um discurso em Calgary.
“No Canadá um sistema baseado na intensidade, além de ser potencialmente incompatível com outros mercados maiores e com mais liquidez, pode ser menor e menos eficiente para negociações baseadas na intensidade do que para um sistema baseado em transações sob um limite mais rígido”, disse Parkhill. Ele também afirmou que um mercado nacional para emissões de carbono seria preferível a um mosaico de regimes provinciais.
As províncias Columbia Britânica e Manitoba estão trabalhando em conjunto com uma coalizão de estados do oeste norte-americano no desenvolvimento de um mercado regional de carbono. Ontário e Quebec também já demonstraram interesse na idéia. Os detalhes do sistema devem ser finalizados nos próximos meses. “Um mercado nacional compatível com os mercados dos Estados Unidos e da Europa facilitará as reduções de carbono pelos emissores com custos transacionais mais competitivos,” disse Parkhill.
(Carbono Brasil, 18/03/2008)