A ONG Greenpeace tentava, desde ontem, impedir que madeira retirada da Amazônia brasileira fosse descarregada na Europa. Até à noite, o navio com a carga era seguido por ativistas, que tentavam pintar sua lateral, perto do porto de Caen, na França. O Greenpeace afirma que as madeireiras responsáveis pela extração da carga têm histórico de ações ilegais, ainda que os documentos que acompanhem essa carga sustentem o contrário. A Marinha francesa e a polícia local acompanham a ação.
O ativista Marcelo Marquesini, do Greenpeace Brasil, que está na França, acredita que a ação não impedirá que a madeira seja descarregada, mas espera que as autoridades européias passem a rastrear a origem do produto. Segundo ele, o documento que atesta a origem dita legal da madeira pode ser "esquentado", por isso aposta na pressão do mercado europeu para que a cadeia de custódia seja fortalecida. "É difícil o governo brasileiro mudar no ritmo que é necessário", afirma Marquesini.
De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 36% da madeira extraída da Amazônia Legal é exportada. A taxa de ilegalidade varia de 60%, para o Imazon, a 80%, para o Greenpeace. O principal mercado é o europeu, segundo o Ministério do Desenvolvimento - cerca de 47%.
Em maio, a Comissão Européia vota a criação de sistemas mais severos de rastreamento da madeira que entra na União Européia, de forma a dificultar a importação de cargas ilegais e premiar aquelas que seguem parâmetros ambientais certificados.
(G1, 18/03/2008)