A prefeitura entregou ontem (18/03), a maior obra de drenagem urbana de Porto Alegre. Com a concretagem da última boca-de-lobo, na esquina da Rua Doutor Timóteo com a Avenida Cristóvão Colombo, o prefeito José Fogaça anunciou a conclusão de 100% do Conduto Álvaro Chaves-Goethe, obra que vai beneficiar mais de 120 mil moradores da Capital.
Executada pelo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), a obra foi iniciada em maio de 2005 para controlar alagamentos em nove bairros da cidade. O conduto implantou 15 mil metros de redes pluviais em 34 ruas da Capital. "O conduto vem para a atual e as próximas gerações. É uma obra para a cidade, para o futuro, para o bem da comunidade e para a qualidade de vida em Porto Alegre. É um trabalho coletivo, transversal, que exemplifica um modelo de gestão baseado na cooperação", disse o prefeito, lembrando a parceria de secretarias e órgãos municipais no período de execução do conduto.
Durante toda a manhã, Fogaça, o diretor-geral do DEP, Ernesto Teixeira, secretários do governo e técnicos envolvidos no projeto percorreram as vias atingidas, conversaram com lojistas e a comunidade do entorno e registraram o agradecimento da prefeitura pela compreensão de moradores e comerciantes no período da obra. "Tivemos a preocupação de conversar com a comunidade desde o início para que tivesse a consciência da importância da obra, que afetou a vida de milhares de pessoas. Hoje, estamos colhendo os frutos do nosso trabalho com essa aceitação por parte da população", considerou Teixeira.
Comemoração
Às 11h, na esquina da Rua Marquês do Pombal, Fogaça retirou os cavaletes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), liberando oficialmente o trânsito na Rua Cel. Bordini. No local, o prefeito visitou estabelecimentos comerciais, onde foi recebido com homenagens, brindes e agradecimentos de comerciantes e população. "É uma reestréia. Os alagamentos na região sempre atrapalharam o fluxo de clientes. A prefeitura cumpriu todas as etapas, como prometido. Estou muito satisfeito com a execução da obra", comemorou Sérgio Bassotti, proprietário do restaurante Rei do Mocotó, há 12 anos na Bordini.
Para a comerciante Leila Werutsky, além do incremento nos negócios, a obra representa menos transtornos no cotidiano de seu restaurante, o Biolight, também no Circuito Culinário da Bordini. "Estou muito feliz com a obra, a rua está com aspecto mais bonito. Antes alagava e acumulava muita sujeira dentro do restaurante. Agora, já podemos sair sem molhar os pés nos dias de chuva. Depois do sofrimento, vem o crescimento", explicou Leila.
Moradora há 29 anos da Bordini, na esquina com a Praça Atos Damasceno Ferreira, a aposentada Lygia Spalding Dornelles ressaltou a ação dos cerca de 200 técnicos e operários envolvidos na execução do Conduto. "Admirei todo o trabalho, esses operários e engenheiros são guerreiros, sempre nos esclarecendo, dando atenção aos moradores", destacou Lygia.
Preservação ambiental
Em frente ao número 450 da Rua Marquês do Pombal, moradores inauguraram um memorial em agradecimento à prefeitura e à Associação Cristóvão Colombo pela preservação das árvores do Túnel Verde. "A comunidade vem sofrendo há décadas com os alagamentos. É um momento de alegria e esperança. A prefeitura teve capacidade de entender o que a comunidade desejava e marcou uma posição definida, que é, acima de tudo, a população", disse o presidente da Associação de Moradores do Moinhos de Vento, Raul Agostini.
Em maio de 2006, depois de conversar com os moradores da Marquês do Pombal, uma ação de governança entre prefeitura e comunidade garantiu a alteração do traçado do Conduto para a Cristóvão, preservando assim mais de 408 árvores da via, ameaçadas de corte conforme o projeto original do Conduto, com licença prévia emitida em 2004. Foram suprimidas apenas 79 árvores, representando uma redução de 80% do corte. "A questão ambiental é um eixo central do governo, a base de formulação de todas as políticas públicas. Tínhamos que assegurar a permanência de um valor maior para a cidade, a preservação do Túnel Verde", explicou Fogaça.
No final da manhã, no restaurante Bacalhau do Porto, Fogaça e Teixeira entregaram placas em reconhecimento aos colaboradores envolvidos com a obra, como arqueólogos, assessores comunitários, engenheiros, técnicos, secretarias parceiras da obra e empresa. Às 14h, no Parque Moinhos de Vento, pela Rua Poty de Medeiros, foi inaugurado um memorial da obra com uma homenagem "in memoriam" ao engenheiro Willy Lubianca Júnior, do DEP, falecido durante os trabalhos.
(Prefeitura de Porto Alegre, 18/03/2008)