A superfície de gelo do oceano Ártico aumentou ligeiramente em fevereiro em relação ao mesmo período de anos anteriores, graças a um inverno mais rigoroso. Mas essa melhora aparente esconde um contínuo retrocesso das geleiras, anunciou nesta terça-feira (18/03) a Nasa (agência espacial norte-americana).
"É possível comparar isso a um cenário de cinema. Quando você vê um filme, um edifício parece real, mas por trás da fachada há apenas um vazio", disse Walter Meier, do centro nacional de dados sobre a neve e o gelo da Universidade do Colorado, em Boulder, durante uma coletiva de imprensa conjunta com pesquisadores da Nasa, sobre a observação via satélite do gelo.
"O gelo mais antigo, mais espesso, mais sólido e resistente ao aquecimento global continua diminuindo", explicou Meier. "A melhora observada se deve a condições climáticas recentes, mas o derretimento do gelo perene reflete uma tendência alarmante para o clima a longo prazo", resumiu.
Há vinte anos, o gelo eterno cobria entre 50 e 60% do Ártico. Em 2008, essa área foi reduzida para menos de 30%, segundo os últimos números do satélite ICESat, da Nasa.
(France Presse, Folha UOL, 18/03/2008)