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2008-03-19
A Coordenação Municipal da Defesa Civil (Comdec) alerta a população para a existência de 28 áreas em situação de risco de desmoronamento em João Pessoa.  O alerta abrange pontos distintos da capital, como os bairros Castelo Branco, Padre Zé e Funcionários IV.  “São áreas localizadas junto a barreiras que podem desabar a qualquer momento, principalmente com a chegada do período de chuvas ou através das águas utilizadas pela comunidade que escoam morro abaixo, provocando deslizamento”, adverte o coordenador do Comdec, Manoel Duré.

Segundo as informações do órgão, as áreas mais preocupantes estão localizadas no Conjunto Saturnino de Brito (Centro), Vale do Timbó (Bancários), Santa Clara (Castelo Branco), Santa Bárbara (Valentina Figueiredo), Maria de Nazaré (Funcionários IV), Novo Horizonte (Cristo), Boa Esperança (Padre Zé) e na área situada por trás da lombada eletrônica da avenida Beira Rio.  “Mas também encontramos situações críticas em muitas residências instaladas na região ribeirinha, dentro do leito dos rios.  Assim, não há como evitar que a água entre nos imóveis e cause transtornos como o desabamento das casas”, ressalta Duré.

O coordenador lembra que o número de áreas em risco na cidade já foi maior, chegando a 34 localidades registradas pela Comdec no ano passado.  “Seis dessas regiões deixaram de existir por conta do deslocamento da população para o Conjunto Gervásio Maia, no Colinas do Sul”, explica Duré.  “As comunidades do Monte das Oliveiras, no Cristo; da Vila do Pescador, no Jardim Mangueira; e dos conjuntos Asa Branca e Terra do Nunca, no Róger, foram retiradas dos pontos que ofereciam perigo, sendo absorvidas pelo projeto”, completa.

Entre as medidas adotadas pela Coordenação Municipal para solucionar o problema está a execução do Plano de Contingência da Defesa Civil 2008, com ações emergenciais para proteger as áreas de risco.  “Estamos promovendo a desobstrução de galerias e esgotos, limpezas das barreiras e regiões ribeirinhas, ações de educação ambiental, além do trabalho da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na identificação de possíveis vetores da dengue, leptospirose e infecções por carrapato”, relata Manoel Duré.  “Mesmo com a campanha de instrução e distribuição de cartilhas, feita em parceria com a Emlur, as comunidades continuam jogando lixo no leito dos rios, construindo fossas perto das barreiras e obstruindo galerias e esgotos, o que dificulta o trabalho das ações”, acrescenta.

O coordenador ainda informou que a Prefeitura Municipal de João Pessoa, através da sua Secretaria de Planejamento (Seplan), está elaborando projetos com as demais secretarias para assegurar que toda a população da capital resida em local digno e seguro.  “Mas é uma proposta que leva tempo para ser executada, não há como resolver todos os problemas de uma hora para outra”, justifica Duré.  De acordo com o secretário da Seplan, Luciano Agra, a questão da existência de moradores em áreas de risco vem sendo enfrentada cotidianamente, com uma solução específica para cada situação.  “Quando os casos são isolados, com apenas uma casa na área de encosta da barreira, vamos retirando uma a uma.  Mais de 35 novas casas já foram entregues a famílias que estavam nessa situação, substituindo a moradia de risco por uma segura”, explica Agra.

(Jornal da Paraiba, FGV, 18/03/2008)

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