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amazônia
2008-03-19
Estudo analisa 113 áreas que o INPE considera ser fruto do desmatamento no estado e afirma que 80,53 % delas não foram desmatadas.  Veja nas fotos abaixo que o governo local divulgou o que deveria ser considerado desmatamento.

Desde que o Ministério do Meio Ambiente divulgou, em janeiro deste ano, os dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre os 3.235 km² de floresta amazônica que foram devastados de agosto a dezembro de 2007, o governo do Mato Grosso vem trocando 'farpas' com o Ministério.

O motivo do desentendimento deu-se porque, entre os dados divulgados, consta o crescimento do desmatamento no estado: 1.786 km² no período.  Segundo representantes do governo do Mato Grosso, a divergência é causada principalmente porque o conceito de desmatamento é entendido de maneira diferente entre o governo e o instituto.  "É uma questão de metodologia.  Entendemos que desmatamento existe quando há corte raso e o instituto aceita outras ações como queimadas, por exemplo.  Se seguirmos nossa conceituação, vemos claramente que o desmatamento no estado vem diminuindo", revela Salatiel Alves de Araujo, superintendente da SUIMIS (Superintendência de Infra-Estrutura, Mineração, Indústria, Serviços e Resíduos Sólidos) do estado do Mato Grosso.

Com a intenção de questionar os dados do INPE, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Mato Grosso divulgou um estudo mostrando dados de 113 áreas do estado que, de acordo com o instituto, foram desmatadas.  O documento relata, contudo, que "80,53 % dos casos revelaram ser de áreas que não sofreram corte raso (desmatamento)".

Veja no link
   as imagens publicadas no estudo e que, segundo ele, são são desmatadas.  São de áreas consideradas pelo governo de Mato Grosso como "exploração seletiva com vestígios de queimada".

Das 113 áreas inspecionadas pela secretaria, 19,47 % se encontram em condição semelhante à área fotografada acima.  Segundo o major Jonas Duarte Araujo, Superintendente de Ações Descentralizadas e um dos criadores do estudo, os proprietários das terras receberam notificação do órgão público.  "Muitas delas tem licença da Secretaria para desmatarem, por isso estamos avaliando se os proprietários possuem documentação em dia.  Aqueles que não tinham licença, foram multados", revela o major.

A Secretaria não informou qual o número de áreas que possui licença, nem o valor das multas aplicadas.  Atualmente ela está tabulando outro estudo sobre desmatamento, que será entregue ao presidente Lula ainda neste mês.  "Neste documento, verificamos as áreas dos 19 municípios do Mato Grosso que, segundo o INPE, são os que mais desmatam e constatamos que 90% dos dados que o instituto divulgou estão errados", afirma.

(Amazonia.org.br, 18/03/2008)

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