Centenas de pessoas foram às ruas pedir garantias de que qualidade da água não será afetada
O que diz a empresa
Conforme a assessoria jurídica da Empresa Rio Deserto, todos os estudos feitos a pedido do MPF e da Fatma comprovam que não haverá alteração na qualidade da água. A advogada Simoni Quadros Guidi reitera que a empresa tem planos de emergência e será responsável por qualquer dano causado ao meio ambiente.
Mais de 200 tratores e centenas de agricultores ocuparam o centro de Içara, no Sul do Estado, ontem, em protesto. Eles temem as conseqüências da abertura de uma mina de carvão na comunidade de Santa Cruz, área rural do município. Os agricultores querem garantir a qualidade da água e a segurança das famílias.
O tratoraço começou com concentração à tarde. Até alcançar o centro de Içara, os agricultores percorreram um trecho da SC-444. O tráfego foi interditado por alguns instantes, com apoio da Polícia Militar (PM). Durante o percurso, os comerciantes, em apoio ao movimento, fecharam as portas mais cedo.
À noite, os manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura e promoveram um ato público com a fixação de cruzes de madeira e acenderam velas. A ação representou a morte do meio ambiente nas comunidades caso a mina seja instalada. Num ato simbólico, um projeto de lei de iniciativa popular foi entregue aos vereadores.
Durante a sessão na Câmara, os agricultores permaneceram no local até que fosse feita a leitura da proposta para que seja revisada uma emenda para a instalação de uma mina em área de preservação ambiental (APA). Além do projeto, uma ação popular para solicitar esclarecimentos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) enviado pela empresa Rio Deserto será protocolada.
Nas próximas semanas, agricultores, Ministério Público Federal (MPF) e a Rio Deserto devem se reunir novamente para discutir o assunto.
(A Notícia, 18/03/2008)