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2008-03-18

O Brasil vai sediar o Fórum Global de Energias Renováveis no próximo mês de maio. A realização do evento será em Foz do Iguaçu, entre os dias 18 e 20, e está a cargo da Itaipu Binacional, em parceria com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi).

O encontro vai reunir alguns dos principais executivos de empresas e de instituições internacionais no campo da energia, além de especialistas de renome mundial nessa área. Serão debatidos, entre outros temas, os grandes aproveitamentos hidrelétricos, os biocombustíveis e a geração por meio de energia solar, biomassa e eólica, no contexto das mudanças climáticas e do declínio dos combustíveis fósseis.

A cerimônia de abertura será no dia 18 de maio, às 18h30, com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, do secretário geral da Cúpula Íbero-americana, Enrique Iglesias, do diretor geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Kandeh Yumkella, do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, do presidente da Eletrobrás, José Muniz Lopes, além dos diretores-gerais brasileiro e paraguaio da Itaipu, Jorge Samek e Ramón Romero Roa.

As conferências ocorrerão ao longo da terça (19) e quarta-feira (20), encerrando com uma visita técnica à hidrelétrica de Itaipu. Estarão representadas instituições como o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a Agência Internacional de Energia Atômica, a Agência Internacional de Energia, a Organização das Nações Unidas, a Rede de Políticas de Energias Renováveis para o Século 21 (REN 21), a Associação Internacional de Hidroeletricidade, entre outras.

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, é esperado para um debate sobre “As condições de mercado das energias renováveis versus combustíveis fósseis”, temática que também reunirá o presidente da British Petroleum, Peter Sutherland, e a CEO do Global Environment Facility (GEF), Monique Barbut. Outro debate de destaque é o que trata das “Ligações entre as mudanças climáticas, segurança energética e as energias renováveis”, que contará com a participação do presidente do Conselho Mundial de Energias Renováveis, o parlamentar alemão Herman Scheer. Ambos ocorrerão na terça-feira, 19.

A quarta-feira (20) será o dia das mesas redondas específicas sobre cada uma das renováveis: hidroenergia de grande porte, hidroenergia de pequeno porte, energia solar, eólica, biocombustíveis, bioenergia na agroindústria e, por fim, o cenário econômico e financeiro para o desenvolvimento das energias renováveis.

As energias renováveis estão entre os campos mais promissores da economia internacional, dada a urgência de se desenvolver fontes geradoras limpas, que não contribuam para o aquecimento global. Em 2007, conforme relatório apresentado na COP 13, em Bali, os investimentos mundiais em energias de baixo carbono, excetuando hidrelétricas de grande porte, somaram US$ 70 bilhões. Se incluídas as hidrelétricas, o volume chega quase a US$ 100 bilhões.

O Brasil desponta como um forte candidato a ocupar posição de destaque nesse mercado, especialmente em função do domínio das tecnologias de hidroeletricidade (que responde por 84% da matriz elétrica do país) e dos biocombutíveis (etanol e biodiesel). Além disso, por sua posição geográfica, condições climáticas e elevada biodiversidade, o país apresenta grande potencial para o desenvolvimento da energia solar, eólica e da biomassa, esta especialmente para aplicações junto às atividades agropecuárias e agroindustriais.

Durante o Fórum Global, os participantes terão a oportunidade de conhecer de perto as experiências bem sucedidas da região Oeste do Paraná no campo das energias renováveis. Uma delas é a unidade modelo de demonstração do aproveitamento de biogás para geração elétrica, que foi instalada na Granja Colombari, em São Miguel do Iguaçu.

Ali, dejetos da criação de suínos são utilizados para produzir eletricidade. Apesar de já existirem projetos similares no país, essa é a primeira vez que a concessionária local, no caso a Companhia Paranaense de Energia (Copel), está recebendo o excedente da energia produzida, que é absorvido na rede pública. A partir dos testes feitos nessa propriedade, será definida uma política de remuneração do produtor rural, o que estabelece uma nova dimensão para o agronegócio. Além disso, a experiência vai permitir criar uma legislação específica e regulamentar esse tipo de geração no país.

(Carbono Brasil, 17/03/2008)


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