O secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio, Sérgio Côrtes, reconheceu hoje que o governo do Estado não consegue atender à demanda por internações provocadas pela dengue e pediu que o Exército e o Ministério da Saúde tornem disponíveis leitos dos hospitais militares e universitários. Os representantes da área médica do Exército disseram que não seria possível atender ao requerimento de Côrtes porque as vagas disponíveis são usadas por militares com a doença.
Uma nova reunião com representantes da Força, do ministério e da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) foi marcada para o dia 24. Até lá, o Comando Militar do Leste (CML) estudará de que forma poderá ajudar no combate à enfermidade. Os hospitais federais e universitários ofereceram 134 leitos para pacientes com a dengue. São 85 em estabelecimentos federais (Ipanema, Lagoa, Servidores do Estado, Andaraí, Bonsucesso e Cardoso Fontes) e 49 em universitários (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e Institutos de Pediatria Martagão Gesteira, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Fernandes Figueira). "O que o Estado estiver precisando, nós iremos ajudar", disse o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Gérson Penna, que representou a pasta no encontro.
"O Ministério da Saúde, junto com a Secretaria de Estado, não reuniu hoje só as Forças Armadas. Reunimos hospitais universitários e federais para fortalecer a central de regulação de leitos para atender ao Rio de Janeiro como um todo e, assim, racionalizar trabalho, recursos humanos e financeiros", disse.
Os hospitais da rede estadual abriram 164 leitos para este fim. O secretário de Estado de Saúde de Defesa Civil do Rio anunciou que quarta-feira serão abertos mais dez lugares na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da pediatria no Hospital Pedro II só para pacientes com a doença. "O objetivo principal da Central de Regulação é dar lógica às solicitações de vagas. Não tem cabimento um plantonista ligar para um colega de outro hospital e implorar por uma vaga. Nós temos a Central de Regulação de Leitos para isso: o plantonista entra em contato com a central, informa o quadro clínico desse paciente e a central poderá informar onde há esse leito disponível. Uma vez tendo esse leito disponível, nós garantimos a transferência do paciente numa ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou do Corpo de Bombeiros. Estamos garantindo não só a vaga, mas também a transferência", disse Côrtes.
Governador
Ele também anunciou que o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão, fará um decreto cancelando o ponto facultativo na saúde na quinta-feira no Estado. Até quarta-feira, quando foi divulgado o último balanço estadual, havia 33 mortes confirmadas no Estado e 23.294 casos de dengue.
(G1, 17/03/2008)