Apesar da urgência do problema, a divergência de interesses entre países desenvolvidos e em desenvolvimento mostra que ainda falta muito para chegar a um acordo de combate às mudanças climáticas. Isto ficou mais uma vez claro na reunião da cúpula do G20 neste final de semana, em Chiba, no Japão, que reuniu cerca de 60 ministros e representantes de aproximadamente 20 países e instituições internacionais.
Quanto deve-se reduzir ainda é a questão mais polêmica, uma vez que nenhum país quer arcar com uma possível desaceleração econômica que possa vir ao serem cumpridas metas muito duras.
Mas rigidez é justamente o que a União Européia propõe, sugerindo a redução obrigatória pela metade das emissões de gases do efeito estufa até 2050, a respeito dos níveis registrados em 1990. Para alcançar este objetivo, pelo menos 40 bilhões de toneladas de gases precisam deixar de ser lançadosa atmosfera. O estabelecimento de uma cota de emissões a longo prazo vinculativa para os países desenvolvidos encontra a oposição de alguns dos países mais industrializados, como os Estados Unidos, que acham que não deve ser vinculativa.
O Japão propôs estabelecer metas de redução por setores industriais, em vez de por países, segundo informações da agência "Kyodo". Ambas as propostas não foram apoiadas por alguns países em desenvolvimento como Brasil, África do Sul e Indonésia, que temem serem obrigados a cumprir cotas injustas para eles. O México sugeriu a criação de um fundo multilateral para projetos nacionais mais sustentáveis.
(Carbono Brasil, 17/03/2008)