Para um público reduzido, o arquiteto e urbanista Severino Feitoza Filho apresentou ontem - na Câmara de Vereadores de Porto Alegre - um estudo de planejamento para a integração do transporte coletivo da Região Metropolitana. A iniciativa prevê a racionalização e a modernização do sistema, evitando a superposição de linhas e diminuindo o número de ônibus em circulação no Centro da Capital.
Especialista em engenharia de tráfego, Feitoza coordena o Grupo Executivo de Integração (GEI), que reúne a EPTC (municipal), a Metroplan (estadual) e a Trensurb (federal). "Fizemos 34 simulações em um modelo matemático utilizando dez programas já elaborados", comenta.
A sugestão inicial é criar uma espécie de consórcio interfederativo, responsável por administrar o sistema na Região Metropolitana. "Assim poderemos fazer a integração física, funcional e tarifária, que está bastante avançada com a implantação dos programas de bilhetagem eletrônica", ressalta.
Na parte estrutural, o planejamento foi montado em três etapas com uma sucessão de obras até 2013, 2023 e 2033. A divisão se deve às fases de implantação do metrô de Porto Alegre, projetado em uma linha circular contornando a região central e interligada com o sistema de ônibus municipal e metropolitano.
Pelo projeto, a primeira etapa - com 13,2 quilômetros, 11 subterrâneos - tem um custo de US$ 817 milhões. Isto inclui a construção de 15 estações de integração multimodal, em cinco anos de obras começando em 2013. O traçado passaria pela rua Voluntários da Pátria (junto à estação Mercado), avenida Borges de Medeiros, rua Marcílio Dias, Bento Gonçalves até a futura estação João de Oliveira Remião.
Na fase 2, a extensão seria ampliada em 13,9 quilômetros (12 abaixo do solo), com investimento de US$ 901 milhões. O traçado - com 12 novas estações - abrangeria as avenidas Farrapos, Cairú, Benjamin Constant, Brasiliano de Moraes, Assis Brasil (terminal Sertório). A etapa de conclusão teria um custo de US$ 628 milhões e o trajeto previsto ligaria a Assis Brasil com a avenida Dante Ângelo Pilla, Manoel Elias, campus Agronomia da Ufrgs e Bento Gonçalves.
Para que a construção do metrô contemple a integração do transporte, serão necessárias ações de curto e médio prazo. "Com 14 linhas estruturais de ônibus nos principais corredores poderemos articular o sistema na Capital. Estas novas linhas passariam pelo Centro sem a necessidade de terminais", destaca Feitoza.
(JC-RS, 18/03/2008)