A maior central fotovoltaica do mundo, em construção no concelho alentejano de Moura (Beja), começou a produzir energia de forma parcial para a rede eléctrica nacional, devendo começar a funcionar em pleno até final deste ano. Numa primeira fase, a Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, com uma capacidade instalada de 46,41 megawatts (MW) pico, vai produzir energia com os primeiros 2,5 MW já instalados, adiantou hoje à agência Lusa Francisco Aleixo, director-geral da Amper Central Solar, empresa criada para construir e gerir a central e propriedade da Acciona, líder do mercado espanhol de energias renováveis.
Segue-se a instalação dos restantes MW «até ao final deste ano», altura em que a central deverá começar a funcionar em pleno, para produzir cerca de 93 mil MW de energia por ano, o suficiente para abastecer 30 mil habitações, acrescentou o responsável.
A energia vai ser injectada na subestação de Amareleja, na primeira fase, e, posteriormente, na subestação de Alqueva, quando a central estiver a produzir em pleno, precisou Francisco Aleixo. A Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, num investimento de 237,6 milhões de euros para produzir energia «limpa» para a rede eléctrica nacional durante 25 anos, está a ser construída num terreno de 250 hectares, perto daquela vila do concelho de Moura e considerada a «terra mais quente de Portugal», devido aos recordes de temperatura máxima no Verão.
Com 2.520 seguidores solares azimutais, equipados com 104 painéis solares cada um, a central será a maior do mundo, em potência total instalada e capacidade de produção, quase o quádruplo do que o actual maior complexo do género, com 12,5 MW de potência instalada, situado em Brandis, na Alemanha. Os seguidores solares azimutais são dispositivos mecânicos que orientam os painéis solares a seguir perpendiculares ao sol, desde a alvorada, a Este, até ao poente, a Oeste.
Os painéis solares, que convertem a energia da luz do sol em electricidade, foram adquiridos a um fabricante chinês, «o único que demonstrou capacidade para fornecer os painéis necessários para equipar toda a central», explicou Francisco Aleixo.
Sem custos de fuel ou emissões, a central, por cada 90 mil MW de energia produzida, vai permitir poupar 152 mil toneladas de emissões de gases de efeito de estufa (CO2) em comparação com uma produção equivalente a partir de combustíveis fósseis. O projecto da central, que na actual fase de instalação emprega temporariamente 220 trabalhadores, prevê criar «cerca de 15» postos de trabalho permanentes, a maioria nos serviços de manutenção, previu Francisco Aleixo.
(Diário Digital / Lusa, 17/03/2008)