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2008-03-18
Em dois anos, serão investidos R$ 10 bilhões em projetos no Ceará e Rio Grande do Norte

'Fervilhante' é o adjetivo escolhido pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará, Antonio Balhmann, para retratar o ambiente e o volume de projetos de investidores brasileiros e estrangeiros interessados e aptos a produzirem energia eólica no Nordeste.

Entenda-se por Nordeste, neste caso, especialmente o Ceará e o Rio Grande do Norte, identificados como donos das melhores e maiores jazidas da região. Nestes dois Estados, são aguardados investimentos privados de pelo menos uma dezena de bilhões de reais nos próximos dois anos.

Detentor de metade do potencial de jazidas de vento do País, o Nordeste já se estrutura no suporte à geração de energia eólica: duas fábricas de torres de energia eólica e uma fábrica de aerogeradores estão em implantação nos Estados de Pernambuco e Ceará.

De concreto, hoje, o Rio Grande do Norte tem legalizados 200 Megawatts(MW)/hora - 49,3 MW em operação no Parque Eólico Rio do Fogo, do grupo Iberdrola, e 151 MW a serem implantados em Guamaré pelo grupo mineiro NEO até 2009. O Ceará tem 17,4 MW em operação no litoral da região metropolitana e projetos aprovados de 500 MW para serem implantados neste ano.

Esses números, que fazem parte dos contratos estabelecidos pelo Programa de Incentivos a Fontes Alternativas (Proinfa) criado em 2002, podem crescer com a relação de outros leilões pelo governo federal. A última estimativa do potencial no território nacional é de 143 mil MW, dos quais 75 mil MW no Nordeste. Destes, 25 mil MW no Ceará. 'Somente o Ceará tem potencial equivalente a duas Itaipus', compara Antonio Balhmann.

O Rio Grande do Norte, com potencial ainda superior ao vizinho, enumera projetos prontos de geração de energia eólica de 800 MW, o que representa investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. A informação subestima a realidade, admite o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Marcelo Rosado.

PROJETOS PRONTOS

Nesse rol, por exemplo, não estão incluídos os projetos prontos da Eólica Tecnologia, empresa nacional que vai investir R$ 5 bilhões na região (1.000 MW, sendo 700 no Rio Grande do Norte). A mesma empresa investe, neste ano, R$ 110 milhões em projetos de 25 MW em Gravatá, no agreste pernambucano, a 100 quilômetros do Recife (PE).

Na definição do secretário extraordinário de energia do Rio Grande do Norte, Tibúrcio Batista, projetos prontos são aqueles em que a empresa investidora instalou equipamento de medição de vento, verificou condições, entabulou negociações com proprietários de terra, estabeleceu o número de torres a serem construídas, previu conexão elétrica e licença ambiental.

Um projeto pronto pode ser instalado e começar a gerar energia em um prazo de até dois anos. Os considerados 'consistentes' têm por trás um levantamento de campo e de investigação de 5 a 7 anos.

(O Estado de S. Paulo, 17/03/2008)

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