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amazônia
2008-03-18
Baixo nível de alagamento dos reservatórios a ‘fio d’água’ reduziria a capacidade de geração em períodos de seca

Apontadas como a solução técnica para que o potencial hidrelétrico da região amazônica possa ser aproveitado com poucos danos ambientais, as chamadas usinas a "fio d’água", que têm reservatórios reduzidos, estão sendo criticadas por alguns engenheiros justamente pelo fato de armazenarem pouca água.

Para esses especialistas, o maior trunfo ambiental desse tipo de hidrelétrica, que é o baixo nível de alagamento, é também um problema do ponto de vista energético, já que essas usinas não conseguem formar estoques substanciais de água, diminuindo, em muito, a capacidade de gerar energia em períodos de seca.

A técnica do "fio d’água" começou a ser debatida mais intensamente durante o processo de licenciamento ambiental das usinas do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau).  O fato de os projetos das duas obras demandarem lagos pequenos foi preponderante para que as licenças fossem emitidas.

A usina de Jirau, por exemplo - que vai a leilão em maio - inundará uma área de 258 quilômetros quadrados e terá um potencial de geração de 3.300 megawatts (MW).  Isso significa que vai alagar 0,08 quilômetros quadrados para cada MW.  A média nacional das usinas existentes - que em sua maioria têm grandes represas - é de 0,52 quilômetros quadrados por MW.

"Sem reservatório, a usina hidrelétrica deixa de ter uma das principais vantagens dela, que é o armazenamento de água.  Na época da seca, essas novas usinas praticamente não vão gerar.  E aí, o que vamos fazer, pedir mais gás para a Bolívia?", disse o presidente do Instituto de Engenharia, Edemar de Souza Amorim.

Região norte
Considerando que a maior parte das novas usinas hidrelétricas deverá ser instalada na Região Norte - que é mais sensível do ponto de vista ambiental -, a tendência desses projetos é de também terem reservatórios diminutos.  "As dificuldades de licenciamento são grandes e acabam impondo essa situação", disse o diretor de Projetos de Energia da Construtora Camargo Corrêa, Marco Bucco.  Segundo ele, a redução dos reservatórios fará com que o Brasil fique mais dependente das usinas termoelétricas, uma vez que essas futuras grandes usinas terão pouca capacidade de geração na seca.

Uma obra que ajuda a ilustrar essa situação é a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), que deverá ir a leilão em 2009.  O projeto que está nas mãos do governo prevê que a usina atingirá uma potência total de 11.182 MW e terá um lago de 440 quilômetros quadrados.

Segundo o gerente de Estruturas e Geotecnia da Eletronorte, Humberto Rodrigues Gama, para que Belo Monte opere a pleno vapor será necessária uma vazão de 14 mil metros cúbicos de água por segundo.  Na época de cheia (mais ou menos de novembro a junho), a vazão do rio chega a uma média de 25 a 30 mil metros cúbicos por segundo.  Assim, segundo Gama, como o reservatório da usina é pequeno e não tem capacidade para reter muita água, praticamente todo esse excedente da época da cheia deverá ser desperdiçado.

Por outro lado, no pico da estação seca, em outubro, o fluxo do rio cai para apenas 1.500 metros cúbicos por segundo.  Segundo o engenheiro, com essa vazão, a usina poderia manter apenas duas turbinas gerando cerca de 1.100 MW, ou seja, cerca de 10% da potência original da hidrelétrica.

Grande lago
A situação já é diferente no caso de outra usina do Pará, a de Tucuruí, no Rio Tocantins.  Com potência instalada de 8.370 MW, essa usina, que opera desde 1984, tem um grande lago de 3 mil quilômetros quadrados.  Mas, no pico da seca, ela produz, na média, 2.200 MW, ou 26% da potência total.

"Fazer um reservatório grande não é nenhum bicho-de-sete-cabeças.  Além disso, no lago criam-se peixes e alternativas econômicas.  Em Tucuruí, por exemplo, existem 6 mil pescadores cadastrados", disse o engenheiro da Eletronorte.

Marco Bucco, da Camargo Corrêa, ressaltou ainda que, com grandes reservatórios, a operação do sistema tem mais margem de manobra, já que a geração das usinas pode ser aumentada ou reduzida, dependendo das necessidades do momento.  "Eles aumentam a segurança energética do País."

(O Estado de S.Paulo, 16/03/2008)



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