O consumidor brasileiro “evoluiu muito” no que diz respeito a mudar seus hábitos de consumo, a fim de preservar o meio ambiente, na opinião da coordenadora da campanha “Mude o consumo para não mudar o clima”, Liza Gunn. A campanha foi lançada na última segunda-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e pelo Instituto Vitae Civilis. Amanhã (15) é o Dia Mundial do Consumidor.
“Ele [o consumidor] cada vez olha mais não só para preço, mas também para qualidade e eu acredito que alguns consumidores, mais para frente, vão olhar além de preço e qualidade, também para essas questões sociais e ambientais, valorizando produtos que tenham essa preocupação com o meio ambiente”, afirmou Liza Gunn, em entrevista à Agência Brasil.
Os produtos que têm essa preocupação com o meio ambiente são os chamados produtos sustentáveis. Como exemplos, podem ser citados os vegetais orgânicos, os biodegradáveis, produzidos com material de reflorestamento ou que consomem menos embalagem, produzindo menos resíduos.
A opinião é compartilhada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Os consumidores estão procurando traduzir em atitudes aquilo que eles manifestam em palavras”, disse na última terça-feira (11), durante o lançamento da campanha Consumo Consciente de Embalagem – a Escolha é Sua, o Planeta é Nosso.
No entanto, Liza Gunn lembra que ainda é difícil para os consumidores encontrar produtos sustentáveis. “A gente depende também das empresas e do produtor criarem essas condições para que existam mais produtos sustentáveis no mercado”, afirma. Como exemplo, ela cita a dificuldade em encontrar vegetais orgânicos a preços acessíveis nos supermercados.
Além da busca pelos “produtos sustentáveis”, ela diz que o consumidor também tem valorizado as empresas social e ambientalmente responsáveis. Contudo, afirma que muitas vezes se entende responsabilidade socioambiental como ações externas à atividade econômica, “quando na verdade tem que dizer respeito ao negócio da empresa, então não adianta os bancos dizerem que querem proteger a Amazônia se eles não respeitam os direitos dos bancários, por exemplo”, afirmou.
(
Agência Brasil, 17/03/2008)