O Tribunal de Justiça (TJ) do Pará anunciou na sexta-feira que o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado pela morte da missionária norte-americana Dorothy Stang, terá um novo julgamento no dia 5 de maio. Segundo a Agência Brasil, a data foi definida pelo presidente do 2º Tribunal do Júri da capital do Estado, juiz Raimundo Moisés Alves Flexa. Dorothy Stang foi assassinada a tiros em fevereiro de 2005 no município de Anapu, na região oeste do Pará.
Bida já foi condenado a 30 anos de prisão, pena máxima no Brasil, no dia 14 de maio do ano passado. O novo júri foi marcado pela Justiça paraense porque a lei penal brasileira prevê novo julgamento quando o réu é condenado à pena máxima. Na definição da data, o juiz também determinou a separação dos autos em relação a outro réu, Rayfran das Neves Sales. Ele também já foi condenado, mas seus advogados recorreram e pediram novo julgamento.
Quatro dos cinco acusados já foram condenados: Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista, os executores do crime, Amair Feijoli da Cunha, que intermediou o assassinato, e Vitalmiro, um dos mandantes. O outro acusado de encomendar a morte da missionária, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, já foi pronunciado para ir a julgamento, mas os advogados recorreram e ele aguarda os recursos em liberdade.
Brasileira naturalizada, a missionária norte-americana trabalhava havia mais de 30 anos em pequenas comunidades do Estado. Ela lutava pelo direito à terra e pela exploração sustentável da Amazônia.
(Por
Solange Spigliatti,
Agência Estado, 14/03/2008)