As emissões de dióxido de carbono (CO2) de veículos de transporte terrestre e aéreo no estado de São Paulo já superam, e muito, as emissões da indústria, de acordo com estudo divulgado no ultimo dia 14 pelo secretário de Meio Ambiente do estado, Francisco Graziano Neto. Um aspecto atenuante do dado é que os combustíveis usados no estado são majoritariamente renováveis.
Segundo o estudo da secretaria, as emissões de CO2 da indústria em 2006 totalizaram 38,01 milhões de toneladas (Mt, ou bilhão de quilos) e a dos veículos de transporte em terra e no ar foram 13,5% maior, estimadas em 43,14 Mt.
A situação só não acena para um “futuro mais esfumaçado”, de acordo com o secretário, porque 77% dos combustíveis queimados no estado já são renováveis.
O estado de São Paulo produz 70% de todo o etanol do país e o combustível tende a ser prioridade gradualmente pelos proprietários de veículos de passeio e outros com motor flex gasolina-álcool.
O óleo diesel lidera nas emissões no ano, com 23,53 Mt, seguido pela gasolina, com 15,18 Mt, e o querosene de aviação, com 4,43 Mt.
Graziano Neto apresentou parte de um estudo, que está sendo finalizado por sua secretaria, aos participantes do 3º Encontro Latino-Americano e Caribenho da Rede de Governos Regionais para o Desenvolvimento Sustentável.
O levantamento abrange as emissões de 371 das maiores indústrias paulistas, das quais 329 já foram compiladas.
O secretário antecipou que apenas as cinco maiores indústrias (três refinarias, uma siderúrgica e uma petroquímica) emitem juntas 60% de todo o CO2 industrial do estado.
Os ramos que mais poluem são o siderúrgico (21,27 Mt, 56% do total) e o petroquímico (9,6 Mt, 25%). Os demais setores apresentam emissões consideravelmente menores: 3,18 Mt no de química e 2,29 Mt em papel e celulose. Todos os demais setores emitiram menos de 0,7 Mt de CO2 em 2006.
De acordo com Graziano Neto, São Paulo emitiu em 2006 18,5 Mt de CO2 resultado da queima de combustíveis não–renováveis e 60,9 Mt proveniente de combustíveis renováveis, como o etanol, o bagaço de cana, a lixívia (licor negro), a lenha de reflorestamento, o biogás e o biodiesel. Se todo o combustível fosse fóssil e não-renovável, as emissões no ano teriam sido 50 Mt maiores.
O secretário informou já ter em mãos os nomes das 100 empresas com maiores emissões de CO2 no estado, mas que decidira não divulgar, como anunciado. Segundo ele, o governo decidiu dar um novo prazo de 15 dias às empresas que ainda não entregaram seus dados de emissões e a secretaria ainda não concluiu a verificação dos dados já recebidos.
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Ambiente Brasil, 17/03/2008)