Os ativistas dos três países se reuniram ontem para coordenar esforços. Ambientalistas de Brasil, Argentina e Uruguai que se opõem à instalação de fábricas de celulose nestes países disseram ontem que realizarão, no próximo sábado, um dia regional "de expressão da luta em defesa dos rios, da terra e do futuro".
"A idéia é avançar no trabalho em conjunto e ver até onde podemos chegar em termos de estratégias para defender a bacia do rio Uruguai e nosso meio ambiente", indicou hoje à Agência Efe Jorge Fritzler, membro da Assembléia Ambiental da cidade argentina de Gualeguaychú.
Os ativistas dos três países se reuniram ontem para coordenar esforços e estratégias perante "a utilização irracional e não sustentável do rio Uruguai, a falta de controles por parte dos Estados e a deterioração na qualidade de suas águas", segundo o documento divulgado sábado à noite após o encontro.
A reunião aconteceu em Gualeguaychú, onde os participantes da assembléia lideram a luta contra a fábrica de celulose que a finlandesa Botnia colocou em funcionamento, em novembro, na cidade uruguaia de Fray Bentos, à beira do rio Uruguai, divisa com a Argentina.
Os integrantes da assembléia mantêm, desde 20 de novembro de 2006, o acesso fronteiriço a Fray Bentos bloqueado de forma ininterrupta, em repúdio à fábrica, que também provocou um litígio entre os Governos de Argentina e Uruguai.
A jornada regional de 22 de março, data que coincide com o Dia Mundial da Água, será composta por várias atividades nos três países, que serão definidas ainda esta semana, segundo Fritzler.
"Nosso objetivo é fortalecer este espaço regional e somar o Paraguai e Chile a nossas convocações", ressaltou o ambientalista.
Durante o encontro, os ativistas declararam "estado de emergência" no rio Uruguai, em virtude da "falta de medidas concretas para reverter sua atual situação", e manifestaram seu apoio às diferentes atividades de protesto previstas na região, em defesa da saúde, do meio ambiente e da economia.
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NH, 17/03/2008)