A constatação é da própria indústria: o setor de tecnologia é responsável por 2% das emissões de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera, algo equivalente ao que é emitido pelo setor de aviação. A discussão sobre como reduzir esses índices foi um dos focos da Cebit 2008, que aconteceu até o último domingo (9/03), em Hannover (norte da Alemanha).
Na sessão de abertura do evento, o executivo-chefe da Microsoft, Steve Ballmer, afirmou que "os softwares vão tornar nossas casas e edifícios mais inteligentes, para que possamos utilizar apenas a energia de que precisamos para iluminar, aquecer e resfriar". As medidas propostas não vão muito além da diminuição do consumo de energia em computadores e laptops. Essa é a principal bandeira da Climate Savers Computing Initiative, associação fundada no ano passado por empresas como Google, Microsoft e IBM.
A idéia é reduzir o consumo de energia por computadores e servidores em 50% até 2010. O método é um tanto mercadológico, já que o grupo quer estimular as pessoas a comprarem computadores que sejam mais eficientes energeticamente e, de preferência, de fabricantes que integrem o grupo.
Atualmente, os computadores mais eficientes aproveitam 80% da energia elétrica que utilizam --o resto se dissipa em forma de calor, por exemplo. O conselho da associação é olhar as especificações do produto e verificar qual é o índice de aproveitamento.
Em geral, produtos com essas características custam mais caro. Na conta da Climate Savers, o valor é de dez euros a 30 euros maior (cerca de R$ 25 a R$ 77). "Para o consumidor residencial pode não ser tanta diferença, mas, se você pensa em uma grande empresa comprando vários computadores, a diferença ainda é grande e precisa ser reduzida", afirma Magnus Piotrowski, diretor para tecnologias de eletricidade da Lenovo, que faz parte da associação.
(Por FELIPE MAIA, Folha UOL, 16/03/2008)