Geleiras em todo o mundo estão derretendo mais rápido que nunca, alerta um relatório do Pnuma (Programa da ONU para o Meio-Ambiente). Cientistas mediram quase 30 geleiras e descobriram que em nove delas a perda de gelo alcançou nível recorde em 2006.
Em média, as geleiras perderam um metro e meio de gelo naquele ano --ao passo que a perda média foi de 30 centímetros por ano entre 1980 e 1999. A maior perda foi da geleira Breidablikkbre, na Noruega, cujo gelo diminuiu 3,1 metros apenas em 2006, afirmou o estudo.
A única geleira que se tornou mais espessa foi a de Echaurren Norte, no Chile. Mas o relatório ressaltou que os glaciares sul-americanos --na Bolívia, no Peru, na Colômbia e no Equador-- permanecem sob ameaça. Milhões de pessoas dependem de água originada em geleiras para agricultura, e o derretimento dessas formações ameaça a sobrevivências das populações, afirmou o estudo.
Cientistas reunidos no IPCC (Painel Internacional Sobre Mudança Climática), uma referência para questões relacionadas ao tema, atribuem o fenômeno à concentração atmosférica de gases que causam o efeito estufa. Segundo o estudo do Pnuma, o derretimento das camadas de gelo é "um dos sinais mais claros do aquecimento global".
(BBC, Folha UOL, 16/03/2008)