Aqui, discutimos se os números do Inpe sobre desmatamento são corretos só quando apontam alta - na companhia da autoridade científica Blairo Maggi, rei da soja que hoje governa Mato Grosso. Lula dá corda a ele. Enquanto isso, segue em frente a derrubada de floresta, fonte de mais de uns 60% das emissões nacionais de gases do efeito estufa.
Lá, no Reino Unido, a coisa anda noutras direções. A questão ambiental, sobretudo a da mudança climática, é parte integrante do cerne das políticas públicas, o orçamento. Isto sim é que é transversalidade, como diria a nossa combalida Marina Silva (reproduzo sumário de medidas verdes no Orçamento 2008 recebido da Embaixada Britânica):
A economia do Reino Unido continuará a crescer, mas a previsão de crescimento para este ano caiu para 1,75% - 2,25% (comparado aos 3% do ano passado). Em 2009, haverá uma grande reforma no imposto de circulação de veículos. A partir de 2010, novos carros com baixa taxa de poluição não pagarão o imposto no primeiro ano. Carros novos muito poluentes, por outro lado, pagarão mais caro.
O aumento de 2 pence no imposto sobre combustível foi adiado para outubro deste ano. Além disso, o imposto sofrerá um aumento de 0,5 pence por litro em 2010. Em 2009 será introduzida uma lei que definirá uma taxa sobre sacos de plástico, caso os estabelecimentos não façam mais para cobrar por seu uso.
26 milhões de libras serão utilizadas para tornar as casas mais favoráveis ao meio ambiente. Prédios não-domésticos deverão estar livres de emissões de carbono a partir de 2019. O governo solicita à Comissão Européia alvos mais rigorosos em termos de emissões provindas de combustíveis de carros. Está sendo considerado o aumento do alvo de corte de emissões do Reino Unido para 80% até 2050. Esse orçamente define as bases para a apresentação de orçamentos de carbono para 5 anos; o primeiro a ser publicado juntamente com o orçamento de 2009.
(Ciencia e mdia, 13/03/2008)