Medidas de preservação garantem destaque à Malwee Malhas
Os rios e o ar da cidade agradecem. Na beira do rio Jaraguá dá para observar a água limpa que sai da estação de tratamento de efluentes da empresa Malwee Malhas. O ar, que antes tinha um tom azulado perto das chaminés por causa do tingimento das malhas, agora é incolor e o que sai das torres não passa de vapor. Todas as ações fazem parte de uma política da empresa, que tem como lema produzir sem poluir.
Prêmio
Outras 29 empresas também serão homenageadas pela Editora Expressão na próxima terça-feira
A preservação ambiental encampada desde a fundação beneficia a cidade e é reconhecida por meio de prêmios de ecologia, em todo o Brasil.
O mais recente é o 15º Prêmio Expressão de Ecologia em que Wandér Weege, presidente da Malwee, ganhou o título de personalidade ambiental de 2007. Outras 29 empresas também serão premiadas pela Editora Expressão no Parque Malwee, em Jaraguá do Sul, na próxima terça-feira. Essa é a maior premiação ambiental da região Sul.
Foram avaliados cinco projetos desenvolvidos pela empresa. A preservação do Parque Malwee, que tem mais de 35 mil árvores plantadas e é refúgio de milhares de seres vivos; a defesa de dezenas de nascentes de rios da região, por meio de propriedades compradas e protegidas pela Malwee; investimento em tecnologia ambiental de primeira linha para água e ar; diminuição de produtos poluentes; e o fato de estar entre as 300 maiores empresas do Sul do Brasil.
Wandér Weege conta que a preocupação com o meio ambiente foi passada de pai para filho e esteve presente na empresa desde os primeiros anos. “Gostaria de influenciar empresários e cidadãos para que também façam algo pela natureza. Nós precisamos nos mexer, o planeta precisa”, enfatiza.
O projeto mais recente é o sistema de absorção de fumaça (Siaf) desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina. De acordo com amostras analisadas pelos técnicos, o Siaf conseguiu zerar os gases poluentes das duas máquinas de termofixação, equipamentos responsáveis pela fixação da cor nas roupas e grandes emissores de poluentes.
O sistema funciona com cortinas de água que filtram os óleos pesados e leves resultantes do processo. “O que antes era óxido de nitrogênio, monóxido de carbono e dióxido de carbono agora virou vapor”, detalha o engenheiro de segurança Gilson Concer. Os resíduos sólidos que sobram dessa purificação vão para a estação de tratamento de efluentes, outro destaque ambiental da empresa.
Estação de tratamento de efluentes devolve água limpa ao rio Jaraguá
A estação de tratamento recebe 170 mil litros de água suja por hora e nessa mesma velocidade devolve o líquido ao rio, com 97% de purificação. Parte da água é reaproveitada pela empresa para o tingimento de tecidos e a outra parte é devolvida ao rio. O sistema é simples e conta com bactérias aeróbicas e um tanque para decantação dos resíduos.
Os componentes orgânicos das tintas servem de alimento para as bactérias e o que resta fica depositado no fundo do tanque, com água parada. “Oxigênio para manter as bactérias vivas, alguns produtos químicos para controlar a coloração da água e um tanque para a decantação dos resíduos. É nisso que se resume o nosso sistema de despoluição da água”, explica o analista ambiental Cassiano Ricardo Minatti.
A Malwee conta com 6.700 funcionários e produz mais de 200 mil peças de roupa por dia. A área construída da principal empresa do grupo, no bairro Barra do Rio Cerro, é de aproximadamente 100 mil metros quadrados.
Ações em favor da natureza
Como funciona o sistema de tratamento de efluentes
1 A água cheia de corantes chega ao tanque de tratamento escura e com lodo.
2 O lodo recebe oxigênio para que as bactérias aeróbicas, presentes do tanque, possam realizar o trabalho de se alimentar dos componentes orgânicos.
3 Livre da maior parte de componentes orgânicos, a água passa para um segundo tanque, em que fica parada para que as partículas sólidas desçam (decantação). Na parte superior fica apenas a água limpa, que volta para o rio.
4 O lodo que resta no fundo do tanque é destinado a um aterro da Malwee. Com isso, a exigência ambiental de 80% de retirada de matérias orgânicas é superada, e alcança, no mínimo, 97% de purificação.
Pacote ecológico da empresa
1 Manutenção e conservação de mais de 5 milhões de metros quadrados de área verde, entre elas o Parque Malwee, cartão-postal de Jaraguá do Sul, este com 1,5 milhão de metros quadrados, 17 lagos e 35 mil árvores plantadas.
2 Primeira indústria de Santa Catarina a utilizar o gás natural, em 2000.
3 O transporte de mercadorias e pessoas dentro da fábrica é feito por veículos elétricos, que não geram gases poluentes.
4 Toda a frota de caminhões da empresa foi comprada com o selo verde, o que garante o mínimo de emissão de gases do efeito estufa.
5 Cerca de 45% de toda a água usada na empresa são reutilizados, o que dispensa o uso de 200 milhões de litros
de água por ano.
6 Troca de todas as máquinas que utilizam água, com o objetivo de diminuir a quantidade de "banhos" durante os tingimentos. Resultado: menos produtos químicos, menos captação de água e 50% menos geração de lodo.
7 Troca de todas as lâmpadas incandescentes por fluorescentes. Também os motores convencionais foram trocados por servomotores ou motores-plus, com menor consumo de energia.
Personalidade ambiental 2007
É a primeira vez que o empresário Wandér Weege recebe o Prêmio Expressão de Ecologia na categoria Personalidade Ambiental. A empresa já havia recebido o Prêmio Expressão de Ecologia em 1997, 2002 e 2004 por se destacar em investimentos na preservação do meio ambiente. A premiação foi criada em 1993 pela Editora Expressão para divulgar as ações ambientais das empresas. Weege considera o recebimento do prêmio, que ocorre no dia 18 de março no Parque Malwee, uma consagração à dedicação da família Weege, que se dedica a cuidar da natureza.
Outros premiados
Fundação O Boticário (Curitiba/PR)
Amanco Brasil (Joinville/SC)
Itagres/APS Engenharia de Energia (Porto Alegre/RS)
ONG Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí -– Apremavi – (Rio do Sul/SC)
Vale do Ivaí (São Pedro do Ivaí/PR)
Ceusa Revestimentos Cerâmicos (Urussanga/SC)
Tupy (Joinville/SC)
Cimento Itambé (Curitiba/PR)
Engenharia Construções/Prosul (Florianópolis/SC)
Aurora Alimentos (Chapecó/ SC)
Prefeitura Municipal de Osório (RS)
Afubra (Santa Cruz do Sul/RS)
Parque Nacional do Iguaçu (Foz do Iguaçu/PR)
Cia. Iguaçu de Café Solúvel (Cornélio Procópio/PR)
ONG Gato do Mato (Chapecó)
Cemar Legrand/GL Eletro-Eletrônicos Ltda (Caxias do Sul/RS)
Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA (Porto Alegre/RS)
Bunge (Gaspar/SC)
Univali (Itajaí/SC)
RGE (Caxias do Sul/RS)
Fundação Agência de Água do Vale do Itajaí (Blumenau/SC)
Embrapa Florestas, Emater PR e IAP (PR)
Klabin (PR)
Kiwi Bar (Itajaí/SC)
Senac (Florianópolis/SC)
1ª Cia. de Polícia de Proteção Ambiental CPPA (Florianópolis/SC)
Associação dos Amigos do Meio Ambiente (Carazinho/RS)
Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC)
Instituto Bs Colway (Piraquara/PR)
(A Notícia, 14/03/2008)