A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) cobrou, nesta quinta-feira (13/03), a apuração de denúncias de corrupção envolvendo o repasse de dinheiro público a organizações não-governamentais (ONGs), com base em matérias publicadas pela revista Época.
Segundo a senadora, a publicação mostra como a Fundação Nacional de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à Universidade de Brasília (UnB), pode ter sido utilizada para burlar a Lei de Licitações (8.666/93).
- O órgão público contrata a Finatec, dispensada da licitação por ser uma fundação ligada à entidade de ensino, e a Finatec subcontrata as empresas de consultoria. Os principais contratos são assinados com governos e prefeituras administradas pelo PT. As empresas de consultoria são sempre as mesmas: a Intercorp e a Camarero & Camarero. O dono, o senhor Luís Lima, foi consultor da administração do PT na prefeitura de Porto Alegre - relatou a senadora, com base nas informações de Época.
Kátia Abreu disse, ainda de acordo com a revista, que os serviços de Luís Lima seriam indicados às administrações petistas por Vicente Trevas, que seria fundador do PT e irmão do assessor de Relações Internacionais do prefeito de Recife, João Paulo.
A parlamentar ressaltou também denúncias que pesam contra o Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical (Ifas), com sede em Goiânia. Segundo a senadora, a entidade teria assinado contrato de R$ 7 milhões com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para treinamento de trabalhadores rurais, mas o dinheiro teria ido, na verdade, para a Fetraf, organização sindical ligada ao governo, que não poderia ser beneficiada com o repasse de verbas públicas por não ter registro no Ministério do Trabalho.
(Por Paulo Sérgio Vasco, Agência Senado, 13/03/2008)