O senador Sibá Machado (PT-AC) defendeu nesta quinta-feira (13/03) as mudanças feitas na Eletrobras por meio da aprovação do projeto de conversão proveniente da Medida Provisória 396/07. Sibá ressaltou a alteração que retirou o impedimento legal de a Eletrobras ser parte majoritária em empreendimentos associados com a iniciativa privada, inclusive na exploração internacional e bilateral de energia elétrica.
- Poderíamos imaginar Itaipu sendo uma empresa paraguaia? Pois é o que aconteceria se a Eletrobras continuasse impedida de liderar projetos. Qualquer empresa binacional, com a Argentina, com a Bolívia, com a Colômbia etc, seria sempre uma empresa controlada por outros países. Em vez de ser controlada pelo Brasil - afirmou.
Rebatendo argumentos da oposição contra as alteração na Eletrobras, Sibá lembrou que o governo Fernando Henrique Cardoso também utilizou medidas provisórias para alterar o Plano Nacional de Desestatizações e que a "emancipação" da Eletrobrás não vai desestimular o investimento do capital privado.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse, em aparte, que chegou a sugerir ao relator da matéria, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que mantivesse a proibição de a Eletrobrás ser parte majoritária nos empreendimentos realizados apenas no Brasil, permitindo que assumisse o controle nos empreendimentos internacionais. Ao contrário de Sibá, Flexa Ribeiro acredita que a mudança significa reestatização da empresa, o que os investidores privados verão com desconfiança e se afastarão.
O senador Expedito Júnior (PR-RO) sugeriu que Sibá agende uma reunião conjunta entre as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, com os parlamentares da região amazônica. Ele quer que todos tentem encontrar uma saída para a convivência harmoniosa entre o poder público e a iniciativa privada no setor elétrico.
(Por Ricardo Icassatti, Agência Senado, 13/03/2008)