Aposentada desde 1999, a arquiteta Silvia Beatriz Saint-Martin Ribeiro, 53 anos, passou a dedicar a vida aos animais
Há quatro anos, ela trocou um sítio de 2,5 hectares por uma área de 18 hectares no bairro Itapuã, em Viamão. Mudou-se porque o sítio onde morava se tornou pequeno para tanto bicho. Ela cuida de 259 animais, entre bugios, sagüis, macacos-prego, carneiros, galinhas, patos, cavalos, cachorros, gatos e aves. Há seis meses, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) regularizou a propriedade de Silvia como área conservacionista. Atualmente, de acordo com o Ibama, há no Estado 50 espaços como o da arquiteta destinados à criação e ao cuidado de animais silvestres.
A preferência de Silvia é pelos primatas. O primeiro contato foi quando ficou sabendo que integrantes de uma comunidade indígena estavam vendendo um filhote de bugio, o que é proibido por lei. Hoje, ela tem três casais criados em alojamentos de acordo com exigências do Ibama. Aos animais, dedica a maior parte de seu rendimento mensal de R$ 2,8 mil.
Ontem, ao perceber que um dos seus 17 carneiros não se alimentava direito, colocou o animal no porta-malas do seu Kadett e o conduziu ao veterinário, no bairro Lami, na Capital, a 20 quilômetros de sua casa.
Quando um bugio aparece machucado na região, os moradores já sabem a quem procurar. As ocorrências mais comuns são mordidas de cachorros, choques levados ao subirem em postes de luz e atropelamentos. Nesses casos, Silvia procura o Ibama para que os animais sejam tratados. O biólogo Mário Tischer, coordenador do Núcleo de Faunas do Ibama do Rio Grande do Sul, lembra que as pessoas não devem retirar os animais de seu hábitat mesmo que estejam machucados.
Para denunciar
Maus-tratos ou animais silvestres em situação irregular, entre em contato com a Brigada Militar pelo telefone (51) 3339-4219 ou com o Ibama pelo 0800-618080
(Zero Hora, 13/03/2008)