O encontro de ambientalistas na Assembléia Legislativa de São Paulo nesta quarta-feira (12/03), foi para discutir estratégias que divulguem os impactos ambientais que a construção de um porto, na região de Peruíbe, vai causar na Mata Atlântica.
Segundo Plínio Melo, da Mongue (www.mongue.org.br), o projeto serve apenas para tentar aumentar o valor de mercado das ações da EBX, do empresário Eike Batista, e não é exeqüível por várias razões, entre elas a de que o porto estaria ocupando uma área pertencente aos índios Guarani.
O projeto é ambicioso e pretende construir uma ilha artificial, distante da costa, onde serão instalados 15 km de ancoradouros, quantidade maior do que a existente no porto de Santos.
Os ambientalistas se preocupam com a falta de informação sobre o porto e teme que a população, movida pelas promessas de muitos empregos, apóie o projeto. “Entretanto, pelo histórico das atividades do Eike, que foi expulso da Bolívia, está ajudando a destruir o Pantanal, e quer construir seu mega projeto em terras indígenas, esses números não podem ser levados a sério. Não queremos novos bairros-cota*, a exemplo do que acontece em Cubatão, apesar das promessas do secretário de que as encostas não serão degradadas.”
Participaram das discussões representantes da Ibiosfera, Mongue e SOS Mata Atlântica, entre outras.
* Os bairros-cota foram construídos nas encostas da Serra do Mar para abrigar os operários que construíram a rodovia Anchieta. Com o tempo, as propriedades foram transferidas para famílias de baixa-renda, transformando-se em bairros permanentes, embora localizados em áreas pertencentes ao Estado.
(Agência de Notícias AL-SP, 12/03/2008)