Durante reunião nesta quarta-feira (12/03) para discutir o relatório "Quanto custa reduzir o desmatamento tropical?", integrantes da Frente Parlamentar Ambientalista concluíram que esse investimento é viável, mas falta vontade política.
O estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e com o Centro de Pesquisa de Woods Hole, dos Estados Unidos, estima que, para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa no Brasil, seriam gastos 3,4 bilhões de dólares (o equivalente a cerca de R$ 5,68 bilhões). O investimento seria no combate ao desmatamento ilegal e no pagamento aos povos das florestas pelos serviços que prestam ao conservar suas matas. O documento foi apresentado na Conferência das Partes da Convenção do Clima, realizada em Bali (Indonésia), em dezembro do ano passado.
O coordenador de pesquisas do Ipam, Paulo Moutinho, avalia que o custo para reduzir o desmatamento na Amazônia é razoável e que o governo precisa discutir um novo modelo econômico para a região. "Esse é um investimento menor do que em algumas usinas hidrelétricas, representa menos do que 2% do PAC. Enfim, não é um montante que em dez anos vai fazer diferença muito grande no Orçamento da União. O que a gente quer com esse estudo é iniciar um processo de discussão na linha de custos, para que se tenha uma vontade política crescente", afirmou.
Ações imediatas
O coordenador da frente parlamentar, deputado Sarney Filho (PV-MA), concorda com Paulo Moutinho e diz que é preciso priorizar ações imediatas contra o desmatamento. "O principal problema para implementar esse projeto é a vontade política. Os custos são metade do que está disponível hoje para fazer a transposição do rio São Francisco, o que mostra que é uma questão de priorizar as ações do governo. Então, a Frente Parlamentar Ambientalista pode exercer um papel de pressão política para sensibilizar essa tomada de posição do governo", ressaltou.
De acordo com o Greenpeace, cerca de 18% da Floresta Amazônica já foram desmatados e o limite para a região é de 20%, o que deixa o País numa situação delicada frente aos governos e organizações internacionais.
(Agência Câmara, 12/03/2008)